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CC BY-NC-ND 4.0 · Rev Bras Ortop (Sao Paulo) 2023; 58(06): e939-e943
DOI: 10.1055/s-0042-1757961
Artigo Original
Ortopedia Pediátrica

Risco de lesão neurovascular durante a fixação com parafuso de fraturas da tuberosidade da tíbia em pacientes pediátricos e adolescentes[*]

Article in several languages: português | English
1   Cirurgião Ortopédico, Departamento de Ortopedia Pediátrica, Sanatório Allende, Córdoba, Argentina
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2   Cirurgião Ortopédico, Departamento de Ortopedia Pediátrica, Oxford University Hospitals NHS Foundation Trust, Oxford, OX3 7HE, Reino Unido
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1   Cirurgião Ortopédico, Departamento de Ortopedia Pediátrica, Sanatório Allende, Córdoba, Argentina
› Author Affiliations

Suporte Financeiro Os autores declaram que não receberam apoio financeiro de fontes públicas, comerciais ou sem fins lucrativos.
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Resumo

Objetivo Revisar estudos de ressonância magnética (RM) do joelho para análise da localização das estruturas neurovasculares (ENVs) e definição do risco de fixação bicortical.

Métodos As distâncias entre o córtex posterior e as ENVs poplíteas foram medidas nas RMs de 45 adolescentes (50 joelhos) em 3 níveis (C1: centro da epífise proximal da tíbia; C2: 10 mm distalmente à fise e C3: 20 mm distalmente à fise). Considerou-se que as ENVs entre 5 mm e 10 mm da incisão estavam na zona de risco moderado de lesão, as ENVs a menos de 5 mm da incisão, na zona de alto risco de lesão, e as ENVs a mais de 10 mm da incisão, na zona de baixo risco de lesão. O teste t de Student independente foi usado para comparar a distância até as ENVs com o gênero, a maturidade esquelética e a distância entre a tuberosidade tibial e a garganta (fundo) da tróclea (TT-GT). Valores de p < 0,05 foram considerados estatisticamente significativos.

Resultados A trajetória do parafuso em C1 apresentou maior risco de lesão à artéria e à veia poplítea em comparação com outras trajetórias (p < 0,001). A artéria poplítea apresenta risco de lesão alto em C1 (4,2 ± 2,2 mm) e moderado em C2 (9,6 ± 2,4 mm), e a veia poplítea tem risco moderado em C1 (6,0 ± 2,7 mm) e baixo em C2 e C3 (10,8 ± 3,1 mm e 12,05 ± 3,1 mm, respectivamente). A posição C3 apresentou o menor risco de lesão dessas estruturas (p < 0,001). A distância entre o córtex tibial posterior e o nervo tibial posterior foi inferior a 15 mm nos 3 níveis analisados (C1: 11,0 ± 3,7 mm; C2: 13,1 ± 3,8 mm; e C3: 13 ± 3,9 mm).

Conclusões Este estudo esclarece que os vasos poplíteos correm risco de lesão durante a fixação do parafuso na tuberosidade tibial, principalmente durante a perfuração da epífise proximal da tíbia. A perfuração monocortical e a fixação com parafusos são recomendadas para o tratamento cirúrgico das fraturas da tuberosidade tibial.

Nível de Evidência III Estudo diagnóstico.

Contribuições dos Autores

Cada autor contribuiu de forma individual e significativa para o desenvolvimento deste artigo: Biolatto P – realização de medidas, preparo do manuscrito; Kothari A – delineamento experimental, análise estatística, revisão do manuscrito; Masquijo JJ – delineamento experimental, realização de medidas, preparo do manuscrito.


* Estudo desenvolvido no Departamento de Ortopedia Pediátrica, Sanatorio Allende, Córdoba, Argentina.




Publication History

Received: 04 June 2022

Accepted: 12 September 2022

Article published online:
31 July 2023

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