CC BY-NC-ND 4.0 · Rev Bras Ortop (Sao Paulo) 2023; 58(02): 337-341
DOI: 10.1055/s-0042-1746181
Artigo Original
Coluna

Tratamento de lesões agudas da medula espinal: Uma pesquisa entre cirurgiões de coluna ibero-americanos – Parte 2: Momento da cirurgia

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1   Departamento de Ortopedia e Traumatologia, Centro Hospitalar e Universitário do Porto, Porto, Portugal
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2   Departamento de Ortopedia e Traumatologia, Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, Penafiel, Portugal
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1   Departamento de Ortopedia e Traumatologia, Centro Hospitalar e Universitário do Porto, Porto, Portugal
› Author Affiliations
Suporte Financeiro Não houve suporte financeiro de fontes públicas, comerciais ou sem fins lucrativos.

Resumo

Objetivo O objetivo do presente estudo foi avaliar a prática atual em termos de momento de realização da cirurgia em pacientes com lesão medular aguda (LMA) entre cirurgiões de coluna de países ibero-americanos.

Métodos Estudo transversal descritivo com base em um questionário enviado por correio eletrônico para todos os membros da Sociedad Ibero Latinoamericana de Columna (SILACO, na sigla em espanhol) e sociedades associadas.

Resultados Um total de 162 cirurgiões responderam a perguntas relacionadas ao momento da cirurgia. Sessenta e oito (42,0%) consideraram que a LMA com lesão neurológica completa deve ser tratada em até 12 horas, 54 (33,3%) realizariam a descompressão precoce em até 24 horas e 40 (24,7%) fariam este procedimento nas primeiras 48 horas. Em relação à LMA com lesão neurológica incompleta, 115 (71,0%) operariam nas primeiras 12 horas. Houve diferença significativa na proporção de cirurgiões que fariam o tratamento cirúrgico da LMA em ≤ 24 horas quanto ao tipo de lesão (lesão completa [122] versus lesão incompleta [155]; p<0.01). Em pacientes com síndrome medular central sem evidência radiológica de instabilidade, 152 cirurgiões (93,8%) realizariam a descompressão cirúrgica: 1 (0,6%) nas primeiras 12 horas, 63 (38,9%) em 24 horas, 4 (2,5%) em 48 horas, 66 (40,7%) no internamento inicial e 18 (11,1%) após a estabilização neurológica.

Conclusão Todos os cirurgiões participantes favoreceram a descompressão precoce; a grande maioria realizaria a cirurgia nas primeiras 24 horas. A descompressão é feita antes em casos de lesões incompletas do que em lesões completas. Nos casos de síndrome medular central sem evidência radiológica de instabilidade, há uma tendência à descompressão cirúrgica precoce, mas o momento de intervenção ainda é extremamente variável. Estudos futuros são necessários para identificar o momento ideal para descompressão neste subconjunto de pacientes com LMA.

O presente estudo foi desenvolvido no Departamento de Ortopedia do Centro Hospitalar e Universitário do Porto, Porto, Portugal.




Publication History

Received: 04 January 2022

Accepted: 18 February 2022

Article published online:
02 August 2022

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