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CC BY-NC-ND 4.0 · Rev Bras Ortop (Sao Paulo) 2022; 57(06): 1051-1059
DOI: 10.1055/s-0042-1744292
Artigo Original
Trauma

Biocomponentes à base de hidroxiapatita: Influência da esterilização na resistência mecânica

Article in several languages: português | English
1   Departamento do Ensino e Pesquisa do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) e Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT). Passo Fundo, RS, Brasil
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2   Departamento de Engenharia, Universidade de Passo Fundo (UPF), Passo Fundo, RS, Brasil
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3   Departamento de Ortopedia e Traumatologia, Coordenação do Programa de Residência Médica em Cirurgia da Mão e Microcirurgia da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), HSVP e IOT, Passo Fundo, RS, Brasil
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2   Departamento de Engenharia, Universidade de Passo Fundo (UPF), Passo Fundo, RS, Brasil
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Suporte Financeiro Não houve suporte financeiro de fontes públicas, comerciais ou sem fins lucrativos.
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Resumo

Objetivo O objetivo deste estudo foi avaliar a influência da esterilização na resistência mecânica à compressão e flexão de biocomponentes à base de hidroxiapatita obtida a partir de osso bovino liofilizado e sua associação com quitosana.

Métodos O osso bovino liofilizado foi processado em partículas de 100 μm e misturado à quitosana em proporção de 50% de seu peso. A mistura foi acondicionada em moldes metálicos para preparo dos espécimes e esterilizada a 127°C em autoclave para posterior experimentação. Os espécimes foram submetidos a ensaios de compressão e flexão seguindo a norma 5833 da International Organization for Standardization (ISO); os espécimes eram blocos cilíndricos de 6 × 12 mm (para ensaios de compressão) e placas de 75 × 10 × 3,3 mm (para ensaios de flexão). As amostras foram divididas em quatro grupos de 20 espécimes cada, sendo 10 para ensaios de compressão e 10 para ensaios de flexão. Três grupos foram esterilizados (por autoclavagem, raios gama e óxido de etileno), enquanto o quarto grupo (controle) não foi. Os testes mecânicos obtidos nos diferentes processos de esterilização foram comparados por análise de variância (ANOVA, p < 0,05) seguido pelo teste de comparação múltipla de médias de Tukey, com intervalo de confiança de 95%.

Resultados Os espécimes apresentaram resistências médias à compressão de 10,25 MPa para o grupo de controle e 3,67 MPa, 9,65 MPa e 9,16 MPa após esterilização com óxido de etileno, raios gama e autoclavagem, respectivamente. Os resultados do teste de flexão mostraram uma resistência média de 0,40 MPa no grupo de controle, e 0,15 MPa, 0,17 MPa e 0,30 MPa após esterilização com óxido de etileno, raios gama e autoclavagem, respectivamente. A compressão máxima observada no grupo esterilizado com óxido de etileno foi estatisticamente diferente à obtida no grupo de controle (p = 0,0002), esterilizado com raios gama (p = 0,0003) e autoclavado (p = 0,0006). A flexão máxima dos espécimes esterilizados com raios gama foi estatisticamente diferente à observada no grupo de controle (p = 0,0245). No entanto, a resistência à flexão foi baixa em todos os espécimes.

Conclusão A esterilização em autoclave não foi associada a diferenças estatisticamente significativas nos testes de compressão ou flexão. Assim, a autoclave foi a melhor opção de esterilização para os biocomponentes à base de hidroxiapatita neste estudo.

Trabalho desenvolvido no Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) e Universidade de Passo Fundo (UPF), RS, Brasil.




Publication History

Received: 01 July 2021

Accepted: 20 January 2022

Article published online:
22 July 2022

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