CC BY-NC-ND 4.0 · Journal of Coloproctology 2021; 41(S 01): S1-S235
DOI: 10.1055/s-0041-1741757
DOENÇAS ORIFICIAIS
Trabalho Científico
ID: 16675

Análise Epidemiológica dos Casos de Hemorroidas no Brasil nos Últimos 10 Anos

A. A. C. P. Pacífico
1   Universidade de Fortaleza, Fortaleza, Ceará, Brasil
,
V. S. Paiva
1   Universidade de Fortaleza, Fortaleza, Ceará, Brasil
,
F. A. Xerez Mota
1   Universidade de Fortaleza, Fortaleza, Ceará, Brasil
,
E. S. D. L. Feitosa
1   Universidade de Fortaleza, Fortaleza, Ceará, Brasil
,
V. S. Tomaz
1   Universidade de Fortaleza, Fortaleza, Ceará, Brasil
,
M. S. V. S. Valente
1   Universidade de Fortaleza, Fortaleza, Ceará, Brasil
,
B. B. Ricciardi
1   Universidade de Fortaleza, Fortaleza, Ceará, Brasil
,
F. J. C. de Menezes
1   Universidade de Fortaleza, Fortaleza, Ceará, Brasil
› Author Affiliations
 
  • Área: DOENÇAS ORIFICIAIS

Forma de Apresentação: e-Pôster

Objetivo Realizar uma análise temporal dos casos de hemorroidas no Brasil nos últimos 10 anos, e correlacioná‐la com aspectos demográficos e epidemiológicos regionais.

Método Estudo transversal, documental e quantitativo, com amostra de 270.973 indivíduos internados por hemorróidas no Brasil (2011 - 2020) notificados no Sistema de Declaração de Morbidade Hospitalar do Sistema Único de Saúde (SUS), disponível no Departamento de Estatística do SUS. Avaliou-se as variáveis por local de residência, gênero e faixa etária.

Resultados Amostra composta por 270.973 indivíduos (115.931 homens e 155.042 mulheres), sendo a faixa etária entre 20 e 69 anos a mais acometida, representando 94,22% da amostra. Constipação intestinal, obesidade e sedentarismo são fatores contribuintes para o surgimento da doença e frequentemente descritos na literatura como mais frequentes nas mulheres, justificando a prevalência no sexo feminino encontrada no estudo. Além disso, a literatura mostra que a prevalência atinge o pico entre os 45 e 65 anos e diminui a partir de então, sendo incomum o início da doença antes dos 20 anos de idade, corroborando com os dados presentes neste estudo. Entre 2011 e 2019, houve média de 28.402 casos por ano, sendo 2020 o ano com menor número de casos (n=15.355), registrando redução de 47,52% em relação ao ano anterior (2019=29.260), apresentando possível correlação com a pandemia Covid-19 e diminuição da procura por atendimentos como um todo. Este cenário pode ser prejudicial para os pacientes, pois o diagnóstico tardio pode piorar a doença e levar a uma intervenção cirúrgica. A região sul apresentou a maior incidência (147,84/100.000hab), seguida das regiões sudeste (142,23/100.000hab), nordeste (119,66/100.000hab), centro-oeste (115,65/100.000hab) e norte (94,19/100.000hab). Estes dados podem relacionar-se com as questões socioeconômicas das regiões brasileiras, pois a infraestrutura e os centros especializados que incentivam o diagnóstico precoce destas patologias estão mais bem definidos nas regiões mais desenvolvidas do país, como as sul e sudeste.

Conclusões A prevalência de hemorroidas foi maior no sexo feminino devido à fatores comuns a esta população, como constipação intestinal, obesidade e sedentarismo. O maior número de casos na faixa etária entre 20 e 69 anos corrobora com os dados da literatura médica. Além disso, observou-se relação do maior número de casos com as regiões mais desenvolvidas do país (sul e sudeste), e provável influência da pandemia de COVID-19 no diagnóstico desta patologia no ano de 2020.



Publication History

Article published online:
04 January 2022

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