CC BY-NC-ND 4.0 · Rev Bras Ortop (Sao Paulo) 2023; 58(04): e667-e671
DOI: 10.1055/s-0041-1724088
Relato de Caso
Trauma

Luxação anterior recorrente do ombro após traumatismo com fratura apófise coracoide – Uma associação rara[*]

Article in several languages: português | English
1   Estagiários de Ortopedia e Traumatologia, Departamento de Ortopedia e Traumatologia, Unidade Local de Saúde Alto Minho, Viana do Castelo, Portugal
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Resumo

As luxações anteriores representam cerca de 96% do total de luxações do ombro, sendo a recidiva/instabilidade mais comum em pacientes jovens. A lesão de outras estruturas do ombro é frequente, nomeadamente a lesão óssea de Bankart. Contudo, a associação com a fratura da apófise coracoide é muito rara.

Este artigo descreve o caso clínico de um homem de 67 anos que recorreu ao serviço de urgência com queixas de omalgia persistente, com episódios de agudização, iniciados após queda da própria altura. O paciente apresentava ainda histórico de trauma do ombro 3 meses antes, avaliado em outro hospital. A luxação anterior do ombro foi constatada radiograficamente, e a tomografia computorizada (TC) do ombro confirmou erosão óssea da vertente anteroinferior da glenoide (perda óssea de cerca de 50% do diâmetro anteroposterior na região inferior da glenoide), com reabsorção quase completa de lesão óssea de Bankart (aparente em análise a posteriori da radiografia do episódio traumático inicial). Associadamente, foi diagnosticada uma fratura transversa da apófise coracoide (tipo II da classificação de Ogawa). O paciente foi submetido ao tratamento cirúrgico, com confecção do batente ósseo anterior utilizando remanescente do fragmento fraturado do coracoide suplementado por enxerto autólogo tricortical do ilíaco, fixados com parafusos canulados (de acordo com as técnicas de Bristow-Latarjet e Eden-Hybinett).

No seguimento pós-operatório, foi observado um bom resultado funcional, sem novos episódios de luxação e sem queixas álgicas significativas.

Descreve-se uma associação rara de lesões do ombro, e salienta-se o desafio do tratamento das mesmas dado o seu diagnóstico tardio, como no caso apresentado.

* Trabalho desenvolvido no Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Unidade Local de Saude Alto Minho, Viana do Castelo, Portugal.


Suporte Financeiro

Os autores declaram que não receberam apoio financeiro para a pesquisa, autoria e/ou publicação deste artigo.




Publication History

Received: 27 May 2020

Accepted: 01 December 2020

Article published online:
19 April 2021

© 2021. Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. This is an open access article published by Thieme under the terms of the Creative Commons Attribution-NonDerivative-NonCommercial License, permitting copying and reproduction so long as the original work is given appropriate credit. Contents may not be used for commecial purposes, or adapted, remixed, transformed or built upon. (https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/)

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