Open Access
CC BY-NC-ND 4.0 · Rev Bras Ortop (Sao Paulo) 2021; 56(02): 244-250
DOI: 10.1055/s-0040-1713391
Artigo Original
Quadril

Quadris espásticos da paralisia cerebral – Estudo retrospectivo do salvamento com a cirurgia de McHale[*]

Article in several languages: português | English
1   Departamento de Ortopedia e Traumatologia, Faculdade de Ciências Médicas, Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
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1   Departamento de Ortopedia e Traumatologia, Faculdade de Ciências Médicas, Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
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1   Departamento de Ortopedia e Traumatologia, Faculdade de Ciências Médicas, Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
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Resumo

Objetivo Fazer uma avaliação retrospectiva e transversal quanto à melhora da dor e do posicionamento de todos os pacientes portadores de paralisia cerebral (PC) espástica com deformidade grave no quadril submetidos ao procedimento de McHale em nosso centro. Secundariamente, objetivou-se analisar as possíveis complicações do procedimento.

Métodos Foram analisados todos os pacientes consecutivos tratados no período entre 1995 e 2017. Clinicamente, os pacientes deveriam apresentar dor à mobilização do quadril, dificuldade de posicionamento para se sentar e para os cuidados de higiene, e prontuário médico com dados completos; quanto ao grau de função motora, utilizou-se o Sistema de Classificação da Função Motora Grossa (Gross Motor Function Classification System, GMFCS, em inglês). A avaliação radiográfica no período pré-operatório analisou a porcentagem de migração (PM), o tipo de deformidade de acordo com a Escala de Classificação de Quadril na Paralisia Cerebral de Melbourne (Melbourne Cerebral Palsy Hip Classification Scale, MCPHS), e a deformidade da cabeça femoral. No período pós-operatório, analisaram-se a presença de migração proximal do fragmento do fêmur proximal, as alterações e/ou a falha do implante utilizado, e a possível ossificação heterotópica. Consideraram-se como desfechos: D1- satisfatório: remissão da dor, mobilidade indolor, melhora do posicionamento; e D2- insatisfatório: falha no procedimento, que necessitou de reabordagem cirúrgica.

Resultados No total, 47 pacientes (53 quadris) foram tratados. Funcionalmente, quanto à classificação no GMFCS, 43 pacientes eram GMFCS V (91%), 3 pacientes eram GMFCS IV (6%), e 1 paciente era GMFCS III (2%). A média da idade foi de 13 anos e 2 meses. O tempo de seguimento variou de 1 ano a 15 anos e 4 meses, com média de 4 anos e 8 meses. Quanto ao desfecho da cirurgia de McHale, ele foi satifatório (D1) em 36 pacientes (41 quadris), perfazendo 77% dos nossos casos, e insatisfatório (D2) em 11 (23%) casos.

Conclusão A cirurgia de McHale é uma opção no tratamento para os níveis IV e V, mas devemos estar alertas para as possíveis complicações.

* Estudo realizado no Grupo das Doenças Neuromusculares, Departamento de Ortopedia e Traumatologia, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, São Paulo, Brasil.




Publication History

Received: 17 September 2019

Accepted: 15 April 2020

Article published online:
22 September 2020

© 2020. Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. This is an open access article published by Thieme under the terms of the Creative Commons Attribution-NonDerivative-NonCommercial License, permitting copying and reproduction so long as the original work is given appropriate credit. Contents may not be used for commercial purposes, or adapted, remixed, transformed or built upon. (https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/)

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