CC BY-NC-ND 4.0 · Rev Bras Ortop (Sao Paulo) 2020; 55(05): 637-641
DOI: 10.1055/s-0040-1709201
Artigo Original
Pediátrica

A presença do pé torto congênito atrasa o início da marcha?

Article in several languages: português | English
1   Departamento de Ortopedia Pediátrica, Hospital Pequeno Príncipe, Curitiba, PR, Brasil
,
1   Departamento de Ortopedia Pediátrica, Hospital Pequeno Príncipe, Curitiba, PR, Brasil
,
1   Departamento de Ortopedia Pediátrica, Hospital Pequeno Príncipe, Curitiba, PR, Brasil
,
1   Departamento de Ortopedia Pediátrica, Hospital Pequeno Príncipe, Curitiba, PR, Brasil
,
2   Departamento de Medicina, Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, PR, Brasil
› Author Affiliations

Resumo

Objetivo O pé torto congênito (PTC) é uma das alterações ortopédicas congênitas que mais frequentemente necessita tratamento intensivo, e pouco se sabe o impacto desse tratamento no desenvolvimento motor. O presente estudo buscou avaliar se pacientes portadores de PTC tratados pelo método de Ponseti desenvolvem a marcha mais tardiamente comparado a um grupo controle e analisar possíveis fatores relacionados.

Métodos Incluídos pacientes nascidos a termo, com < 6 meses de idade, sem tratamento prévio e com seguimento mínimo de 24 meses. O grupo controle foi de pacientes sem alterações musculoesqueléticas, atendidos no mesmo período da realização do presente estudo.

Resultados Um total de 97 pacientes formaram o grupo de estudo e 100 o grupo controle. A média de idade no início da marcha no grupo de estudo foi de 14,7 ± 3,2 meses, e 12,6 ± 1,5 meses (p < 0,05) no grupo controle. Fatores relacionados à marcha tardia foram: idade de início do tratamento > 3 semanas, número de trocas gessadas > 7, recidiva e não realização da tenotomia de Aquiles. Idade de início do tratamento > 3 semanas esteve relacionada a maior número de trocas de gessos. Gênero e lateralidade não tiveram relação com a marcha tardia.

Conclusão Pacientes com PTC tratados com o método de Ponseti apresentam marcha independente aproximadamente 2 meses mais tarde do que o grupo controle. Início mais tardio do tratamento, maior número de trocas de gessos, recidiva e não realização da tenotomia de Aquiles foram relacionados com atraso da marcha.



Publication History

Received: 24 April 2019

Accepted: 20 January 2020

Article published online:
08 June 2020

© 2020. The Author(s). This is an open access article published by Thieme under the terms of the Creative Commons Attribution-NonDerivative-NonCommercial-License, permitting copying and reproduction so long as the original work is given appropriate credit. Contents may not be used for commercial purposes, or adapted, remixed, transformed or built upon. (https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. Published by Thieme Revinter Publicações Ltda
Rio de Janeiro, Brazil

 
  • Referências

  • 1 Ponseti IV. Treatment of congenital club foot. J Bone Joint Surg Am 1992; 74 (03) 448-454
  • 2 Dobbs MB, Gurnett CA. Update on clubfoot: etiology and treatment. Clin Orthop Relat Res 2009; 467 (05) 1146-1153
  • 3 Ponseti IV. Congenital clubfoot: fundamentals of treatment. Oxford: Oxford University Press; 1996
  • 4 Cummings RJ, Davidson RS, Armstrong PF, Lehman WB. Congenital clubfoot. J Bone Joint Surg Am 2002; 84 (02) 290-308
  • 5 Herring JB. Congenital talipes equinovarus. In: Tachdjian MO. Tachdjian: pediatric orthopaedics. Philadelphia: Saunders; 2001: 922-959
  • 6 Zionts LE, Zhao G, Hitchcock K, Maewal J, Ebramzadeh E. Has the rate of extensive surgery to treat idiopathic clubfoot declined in the United States?. J Bone Joint Surg Am 2010; 92 (04) 882-889
  • 7 Sizínio HK, Barros Filho TEP, Xavier R, Pardini Júnior A. Ortopedia e traumatologia: princípios e prática. Porto Alegre: Artmed; 2017
  • 8 Zionts LE, Sangiorgio SN, Ebramzadeh E, Morcuende JA. The current management of idiopathic clubfoot revisited: results of a survey of the POSNA membership. J Pediatr Orthop 2012; 32 (05) 515-520
  • 9 Garcia NL, McMulkin ML, Tompkins BJ, Caskey PM, Mader SL, Baird GO. Gross motor development in babies with treated idiopathic clubfoot. Pediatr Phys Ther 2011; 23 (04) 347-352
  • 10 Sala DA, Chu A, Lehman WB, van Bosse HJ. Achievement of gross motor milestones in children with idiopathic clubfoot treated with the Ponseti method. J Pediatr Orthop 2013; 33 (01) 55-58
  • 11 Zionts LE, Packer DF, Cooper S, Ebramzadeh E, Sangiorgio S. Walking age of infants with idiopathic clubfoot treated using the ponseti method. J Bone Joint Surg Am 2014; 96 (19) e164
  • 12 WHO Multicentre Growth Reference Study Group. WHO Motor Development Study: windows of achievement for six gross motor development milestones. Acta Paediatr Suppl 2006; 450: 86-95
  • 13 Aulie VS, Halvorsen VB, Brox JI. Motor abilities in 182 children treated for idiopathic clubfoot: a comparison between the traditional and the Ponseti method and controls. J Child Orthop 2018; 12 (04) 383-389
  • 14 Lööf E, Andriesse H, André M, Böhm S, Iversen MD, Broström EW. Gross motor skills in children with idiopathic clubfoot and the association between gross motor skills, foot involvement, gait, and foot motion. J Pediatr Orthop 2019; 39 (07) 359-365