CC BY-NC-ND 4.0 · Rev Bras Ortop (Sao Paulo) 2020; 55(03): 284-292
DOI: 10.1055/s-0039-3402470
Artigo Original
Básica
Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. Published by Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Auditoria clinica do tratamento primário de fraturas expostas: Tratamento antimicrobiano e profilaxia antitetânica[*]

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1   Fundação Hospitalar de Minas Gerais, Hospital João XXIII, Belo Horizonte, MG, Brasil
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1   Fundação Hospitalar de Minas Gerais, Hospital João XXIII, Belo Horizonte, MG, Brasil
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Publikationsverlauf

30. April 2018

28. März 2019

Publikationsdatum:
23. März 2020 (online)

Resumo

Objetivo Avaliar se as condutas envolvendo o tratamento antimicrobiano e a profilaxia contra o tétano têm sido realizadas conforme o Protocolo Clínico da Instituição.

Métodos Estudo descritivo e retrospectivo, realizado em pacientes de ambos os gêneros, > 18 anos, admitidos em um hospital público estadual especializado em urgência e trauma, para tratamento primário de fratura exposta. Os dados de interesse foram pesquisados em prontuários médicos, prescrições de medicamentos, relatórios de pacientes admitidos no Bloco Cirúrgico e solicitações de profilaxia antitetânica.

Resultados Foram selecionados 241 pacientes, a maioria homens (81,7%), adultos jovens (64,3%), vítimas de acidentes motociclísticos (53,5%). As complicações infecciosas estiveram presentes em 18,7% das fraturas, o tempo médio para a abordagem cirúrgica foi de 4 horas e 12 minutos, e 91,7% dos pacientes tiveram prescrição do tratamento antimicrobiano no pré-operatório. As principais inadequações identificadas foram: período de prescrição do tratamento antimicrobiano (63,5%); escolha do esquema de antimicrobianos (59,3%) e dose dos antimicrobianos (58,0%). Apenas 14,1% dos pacientes foram imunizados contra o tétano.

Conclusão As maiores divergências com o Protocolo Clínico foram observadas nas questões envolvendo o esquema de antimicrobianos utilizados, doses e tempo de prescrição, bem como na profilaxia antitetânica.

* Trabalho feito na Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), Hospital João XXIII, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.


 
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