Resumo
Objetivo Desenvolver um modelo preditivo de morbimortalidade pós-operatória precoce com o
intuito de auxiliar na seleção dos candidatos à cirurgia para metástase vertebral.
Métodos Análise retrospectiva de pacientes consecutivos operados por doença metastática vertebral.
As características pré-operatórias consideradas possivelmente prognósticas foram:
sexo, idade, comorbidades, velocidade de progressão tumoral e contagem de leucócitos
e linfócitos no sangue periférico. Os desfechos pós-operatórios analisados foram:
mortalidade em 30 dias e em 90 dias, e presença de complicações. Um modelo preditivo
foi desenvolvido a partir de fatores independentemente associados a esses três desfechos.
Testou-se então o modelo estabelecido quanto à tendência de prever eventos adversos,
à capacidade de discriminação e à calibração.
Resultados Um total de 205 pacientes foram operados entre 2002 e 2015. A mortalidade em 30 dias
e em 90 dias e a incidência de complicações foram de 17%, 42% e 31%, respectivamente.
Os fatores independentemente associados a esses três desfechos, e que constituíram
o modelo preditivo, foram: presença de comorbidades, tumor primário de progressão
não lenta, e linfócitos abaixo de 1.000 células/µL. A exposição a nenhum, um, dois
ou três fatores definiu as categorias do modelo preditivo: baixo, moderado, alto e
de extremo risco, respectivamente. Comparando-se as categorias, houve aumento progressivo
na ocorrência dos desfechos, seguindo tendência linear. A capacidade de discriminação
foi de 72%, 73% e 70% para mortalidade em 30 dias, em 90 dias e incidência de complicações,
respectivamente. Não ocorreu falta de calibração.
Conclusão O modelo preditivo permite estimar a morbimortalidade após a cirurgia para metástase
vertebral e hierarquizar os riscos em baixo, moderado, alto e extremo.
Palavras-chave
coluna vertebral/cirurgia - comorbidade - linfócitos - morbidade - mortalidade - metástase
neoplásica - complicações pós-operatórias