CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673211
E-Poster – Vascular
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Tratamento endovascular de ruptura de aneurisma dissecante de artéria vertebral na displasia fibromuscular

Luana Antunes Maranha Gatto
1   Hospital Universitário Cajuru
2   PUC-PR
,
Diego do Monte Rodrigues Seabra
1   Hospital Universitário Cajuru
2   PUC-PR
,
Rodrigo Sousa De Araujo Silva
1   Hospital Universitário Cajuru
2   PUC-PR
,
Gelson Luis Koppe
1   Hospital Universitário Cajuru
2   PUC-PR
,
Zeferino Demartini Junior
1   Hospital Universitário Cajuru
2   PUC-PR
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Relato de caso: Homem, 37 anos, apresentando cefaléia súbita e vômitos, há 7 dias da admissão no Pronto Socorro. Admitido com rigidez nucal leve, Glasgow 15, Hunt-Hess I e WFNS I. História pregressa de hipertensão arterial, há 12 anos, controlado com anlodipina. Tomografia e Ressonância de Crânio mostraram Hemorragia Subaracnóide em cisternas de base de crânio e 4° ventrículo, Fisher IV. Angiografia por subtração digital (DSA) evidenciou dois aneurismas dissecantes, um no segmento V3 da lfVA e outro na porção carotídea direita, com padrão de “cordão de contas” (estenoses seguidas por dilatações) em ambas artérias carótidas internas e em ambos segmentos V2, bem como ectasia da artéria renal direita, diagnosticando displasia fibromuscular (DFM). Evoluiu com sepse de foco urinário, pancreatite não biliar e insuficiência renal aguda (ambas relacionadas ao contraste), hidronefrose bilateral e trombocitopenia transitória. Após melhora clínica, no 37° dia pós-ictus, submetido à angioplastia percutânea transluminal dos aneurismas dissecantes. Paciente recebeu alta sem déficit neurológico em uso de ácido acetilsalicílico e clopidogrel. DSA controle, após 8 meses, demonstrou exclusão do aneurisma de lfVA e diminuição do outro.

Discussão/ conclusão: A DFM é um grupo de doenças idiopáticas, não ateroscleróticas e não inflamatórias das paredes arteriais que levam à estenose de pequenas e médias artérias, podendo ocorrer em qualquer vaso, embora seja mais prevalente nas renais e cervicais. DFM está associada a um risco substancial de formação e ruptura de aneurismas, além de dissecção arterial e oclusão, causando uma grande diversidade de sinais e sintomas. Os sítios de aneurismas mais comumente identificados refletem os leitos arteriais mais frequentemente afetados pela DFM: as artérias renais e carótidas extracranianas. A dissecção espontânea da artéria cervical é uma causa comum de AVC em adultos jovens e de meia-idade, sendo mais frequentes nas artérias extracranianas e vertebrais. O manejo de pacientes com DFM com tratamento farmacológico está bem estabelecido, seja com antiagregantes plaquetários, anticoagulantes e anti-hipertensivos. O tratamento endovascular é indicado a pacientes com DMF sintomática ou crítica, podendo ser direcionado a complicações. Embora o tratamento esteja bem definido para complicações sintomáticas ou que causam um risco grave ao paciente, mais estudos são necessários com relação ao tratamento de lesões assintomáticas.