CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673202
E-Poster – Vascular
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Microcirurgia versus embolização para o tratamento de aneurismas cerebrais: análise das internações no SUS no Brasil

Rafael Harter Tomaszeski
1   Universidade Católica de Pelotas
,
Letícia Oliveira de Menezes
1   Universidade Católica de Pelotas
,
Paulo Crespo Ribeiro Neto
1   Universidade Católica de Pelotas
,
Lucas Rodrigues Mostardeiro
1   Universidade Católica de Pelotas
,
Hugo Guilherme de Moraes Jurema
1   Universidade Católica de Pelotas
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: Os aneurismas cerebrais afetam aproximadamente 3,6 a 6% da população. A hemorragia subaracnóidea espontânea é uma emergência médica que tem elevados índices de morbimortalidade. É causada em 75–80% dos casos por ruptura de aneurismas intracranianos. O tratamento ideal dos aneurismas depende, principalmente, da condição do paciente e da anatomia do aneurisma. Na maioria dos casos, o manejo endovascular tem melhores resultados em detrimento da clipagem por microcirurgia. No entanto, possui maior custo, consequente disponibilidade reduzida no SUS.

Objetivo: O objetivo do estudo é analisar as internações no SUS para o tratamento de aneurisma cerebral nos anos de 2011 a 2017 no Brasil.

Métodos: Estudo retrospectivo e descritivo. Utilizou-se de dados obtidos a partir do DataSUS-TabNet. Foram obtidos os dados de número total de internações, valor total, valor médio por internação, média de permanência hospitar e taxa de mortalidade da microcirurgia para aneurisma cerebral e da embolização de aneurisma cerebral no período de 2011 a 2017 no Brasil.

Resultados: No Brasil, no período de 2011 a 2017, houve 20.350 Internações para o tratamento de Aneurismas Cerebrais. Em 12.394 foi realizado embolização e em 7.956 foi realizado microcirurgia. No ano de 2011 foram 3.023, 1.604 (53%) tratados com embolização e 1.419 (47%) tratados com microcirurgia, já no ano de 2017 foram 3.362, 2.378 (70,7%) tratados com embolização e 984 (29,3%) tratados com microcirurgia. O maior crescimento da técnica endovascular ocorreu em embolizações de aneurismas cerebrais maiores de 1,5cm com colo largo, foram 611 em 2011 e 844 em 2017, um aumento de 38% fora evidenciado. O valor médio da Internação de pacientes que trataram com embolização foi 88% maior (15.803,00 reais contra 8.408,00 reais). A média de permanência hospitalar foi de 7,9 dias para pacientes tratados com embolização e 16,8 dias para os tratados com microcirurgia. A taxa de mortalidade foi 5,83 para tratamento com embolização e 10,98 para tratamento com microcirurgia.

Conclusão: A técnica neuroendovascular tem aumentando significativamente no SUS no Brasil. No entanto, a embolização permanece com um custo bem superior à abordagem microcirurgia. O tempo médio de internação hospitalar e a taxa de mortalidade são menores em pacientes tratados com técnica endovascular. Apesar disso, a técnica ideal deve ser individualizada, considerando a condição do paciente, a anatomia do aneurisma e a experiência do cirurgião.