CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673192
E-Poster – Vascular
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Endarterectomia carotídea: aspectos clínicos e desfechos de 150 caso

Marcelo de Azevedo Silva Filho
1   Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte
,
Júlio César de Almeida
1   Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte
,
Danilo Malta Batista
1   Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte
,
Renata Ferreira de Souza
1   Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte
,
Breno Bezerra Arruda Câmara
1   Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte
,
Marco Aurélio Vieira Couto
1   Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte
,
Leyzeane Marques do Nascimento
1   Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte
,
Marcos Antonio Dellaretti Filho
1   Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: O acidente vascular encefálico (AVE) figura como uma das doenças crônicas mais relevantes no que tange a hospitalizações, mortes e incapacidades, gerando um alto custo em gastos com saúde. A etiologia isquêmica corresponde a maioria dos casos, tendo a estenose carotídea como contribuinte para sua etiopatogenia.

Objetivo: Analisar o perfil clínico de pacientes submetidos a endarterectomia de carótida sob anestesia locoregional.

Métodos: Análise retrospectiva descritiva de 150 pacientes portadores de estenose carotídea tratados cirurgicamente em hospital de referência em neurocirurgia vascular de Belo Horizonte-MG, no período de abril/2008 a abril/2018. Os pacientes foram caracterizados segundo sexo, idade, presença de sintomas, classificação pré-operatório na escala ASA (Sociedade Americana de Anestesiologia), grau de estenose e método de imagem utilizado para diagnóstico (angioressonancia/tomografia ou arteriografia cerebral). Para avaliação do desfecho foi considerada a presença de eventos isquêmicos após o procedimento.

Resultados: Foram investigados 150 pacientes, com média de idade de 70 anos (45–90 anos), predomínio do sexo masculino (65%), pacientes sintomáticos ao diagnóstico (69%), com grau de estenose de 60 a 90% (87%) e classificação ASA II (76%) e diagnóstico através de exames vasculares não-invasivos (76%). O tempo médio de clampagem intra-operatória da carótida foi de 30 minutos. Em 8% dos procedimentos não houve tolerância ao teste de clampagem, sendo o mesmo interrompido. Complicações isquêmicas foram observadas em 5 pacientes (3,3%), sendo mais comuns em pacientes sintomáticos (3,6% X 2,9%), no sexo masculino (4,1% X 1,8%), com menor média de idade (67,6 X 70 anos) e com estenose crítica contralateral (8,3% X 2,3%).

Conclusão: O presente estudo apresenta dados sobre o perfil clínico de pacientes com estenose carotídea com indicação de abordagem cirúrgica, gerando informações que podem ser pertinentes para a elaboração de políticas de saúde pública voltadas a prevenção do AVE. A presença de estenose crítica contralateral parece aumentar o risco de complicações isquêmicas pós-operatórias.