CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673189
E-Poster – Vascular
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Fistula dural arteriovenosa: relato de caso e revisão de literatura

Luiz Henrique Cardoso Pereira
1   Hospital Universitário Evangélico de Curitiba
,
Anderson Matsubara
1   Hospital Universitário Evangélico de Curitiba
,
Irlon José Oliveira Junior
1   Hospital Universitário Evangélico de Curitiba
,
Rene Augusto Guerra de Coelho Avelleda
1   Hospital Universitário Evangélico de Curitiba
,
Luis Alencar Biurrum Borba
1   Hospital Universitário Evangélico de Curitiba
,
Marcio Saquy Rassi
1   Hospital Universitário Evangélico de Curitiba
,
Rodolfo Frank Munhoz da Rocha
1   Hospital Universitário Evangélico de Curitiba
,
Julia Goginski
1   Hospital Universitário Evangélico de Curitiba
,
Matheus de Quadros Ribeiro
1   Hospital Universitário Evangélico de Curitiba
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: Paciente A.A.S., masculino, 55 anos, com história de cefaleia hemicraniana direita intensa, de início súbito e seguida de síncope. Encaminhado ao Pronto Atendimento e na avaliação inicial apresentava regular estado geral, GCS 15, sem déficits neurológicos queixando-se de persistência da cefaléia na região fronto-temporal direita. Tomografia de crânio de admissão evidenciou hematoma cerebral intraparenquimatoso em polo temporal medindo 2,6x1,8cm à direita, associado a hematoma subdural fronto-temporal ipsi-lateral. Após internação foi submetido a angiografia cerebral que identificou fístula dural carótido-cavernosa à direita com dilatação sacular aneurismática associada à ectasia da veia facial e shunt através da artéria carótida externa (ACE) (necessário especificar). Em função da estabilidade do quadro clínico, dos achados tomográficos nos exames de controle e características angiográficas optou-se pelo tratamento conservador com plano de reavaliação ambulatorial em quinze dias e novo estudo angiográfico em sessenta dias. Na primeira reavaliação ambulatorial paciente apresentava-se em bom estado geral, sem déficits neurológicos e sem recorrência dos sinais e sintomas prévios.

Discussão: As fístulas durais arteriovenosas constituem patologias raras com incidência de aproximadamente 0.16 a 0.29/100.000 habitantes ano e correspondem a cerca de 7% das malformações vasculares intracranianas. Podem se manifestar com quadro clínico variável, incluindo cursos benignos com involução espontânea até quadros agressivos e grande morbimortalidade. Quando sintomáticas, as fístulas durais arteriovenosas apresentam um amplo espectro de manifestações clínicas. A adequação do tratamento deve ser baseada na história natural, quadro clínico, classificação angioarquitetônica e topográfica. Inclui desde abordagens clínicas conservadoras até intervenções cirúrgicas, endovasculares transarteriais/transvenosas e radiocirurgia estereotáxicas. O presente caso apresenta um paciente com evolução clínica aguda, mas com curso benigno e autolimitado permitindo um tratamento conservador com reavaliações clínicas e angiográficas periódicas.

Comentários finais: A raridade desta patologia ainda permanece como fator limitante para o desenvolvimento de estudos clínicos randomizados que avaliem as diferentes modalidades terapêuticas e desfechos clínicos, entretanto a evolução contínua dos métodos diagnósticos e de tratamento permitiram considerável melhora no prognóstico dos pacientes.