CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673179
E-Poster – Vascular
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Anastomose vascular extracraniana-intracraniana associada à melhora sintomática e de padrão de perfusão em SPECT

Lucas Rodrigues de Souza
1   Hospital das Clínicas da UFMG
,
Marcelo Magaldi Ribeiro de Oliveira
1   Hospital das Clínicas da UFMG
,
Sebastião Nataniel Silva Gusmão
1   Hospital das Clínicas da UFMG
,
Carlos Eduardo Prata Fernandes Ferrarez
1   Hospital das Clínicas da UFMG
,
Emmanuel De Oliveira Sampaio Vasconcelos e Sa
1   Hospital das Clínicas da UFMG
,
Luiza Cançado Guerra D’Assumpção
1   Hospital das Clínicas da UFMG
,
Antonio Gilson Prates Júnior
1   Hospital das Clínicas da UFMG
,
Eduardo Dalla Bernardina Fraga
1   Hospital das Clínicas da UFMG
,
Fernando Augusto Medeiros Carrera Macedo
1   Hospital das Clínicas da UFMG
,
Henrique Dias de Souza
1   Hospital das Clínicas da UFMG
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: Relato de caso JSF, masculino, 74 anos, com história de episódios recorrentes de acidente isquêmico transitório (AIT) e um acidente vascular encefálico isquêmico (AVEi) no ano de 2015. Propedêutica prévia evidenciava estenose carotídea esquerda de 50% e realizava tratamento conservador com anti-agregação plaquetária. Previamente independente para as atividades de vida diárias básicas e instrumentais. Apresentou afasia grave e hemiparesia a direita súbitas em Outubro de 2017. O paciente foi transferido para nosso serviço, onde nova propedêutica evidenciou oclusão de carótida interna esquerda. Foi realizada tomografia computorizada por emissão de fóton único (SPECT), evidenciando hipoperfusão do hemisfério esquerdo em relação ao direito. Optado por realização de anastomose vascular extra-intracraniana, entre artéria temporal superficial esquerda e ramo M4 frontal de artéria cerebral média ipsilateral. Procedimento realizado sem intercorrências, com intervalo de 20 dias do ictus isquêmico. Durante o pós-operatório, o paciente apresentou melhora da força motora e melhora parcial da afasia. O SPECT realizado posteriormente evidenciou melhora significativa do padrão de perfusão cerebral.

Discussão: A anastomose vascular extra-intracraniana (EC-IC) tem sido utilizada para o tratamento de diversas condições neurocirúrgicas, tais como: aneurismas complexos que necessitam de trapping; doença de moyamoya; tumores da base do crânio e oclusão sintomática da carótida. Esta última tem sido tema de diversos estudos, sendo o mais recente o COSS – Carotid Occlusion Surgery Study – cujos resultados foram, em sua maioria, desencorajadores. A SPECT tem sido defendida como uma opção para avaliação do fluxo sanguíneo regional cerebral, onde evidente assimetria é indicativa de hipofluxo cerebral.

Comentários Finais: Indicações para anastomose EC-IC são limitadas e estudos como o COSS falharam em mostrar benefício na prevenção de novos eventos isquêmicos. No entanto, nosso caso evidenciou melhora dos déficits do paciente após o procedimento cirúrgico. Novos estudos devem ser conduzidos para avaliar o benefício e indicação de tal procedimento.