CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673178
E-Poster – Vascular
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Meningeoma intracraniano em paciente idoso tratado exclusivamente por embolização: seguimento de 7 anos

Luana Lopes de Medeiros
1   UFRN
,
Juliano José da Silva
1   UFRN
,
Moisés Felipe da Costa Fernandes
1   UFRN
,
Paulo Eduardo Fernandes Rodovalho
1   UFRN
,
Fábio Barros Rodrigues da Silva
1   UFRN
,
Guilherme Lucas de Oliveira Lima
1   UFRN
,
João Ferreira de Melo Neto
1   UFRN
,
André Lima Batista
1   UFRN
,
Angelo Raimundo da Silva Neto
1   UFRN
,
Eduardo Ernesto Pelinca da Costa
1   UFRN
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Apresentação do caso: idosa, 85 anos, queixas de tontura e déficit de memória motivaram a realização de ressonância magnética do encéfalo que coloca em evidência grande meningeoma da asa do esfenoide à direita e considerável edema perilesional. Devido à idade e suas comorbidades clínicas, optou-se por tratamento exclusivo com embolização. Estudo angiográfico mostrou blush hipervascular tardio na topografia do tumor, dependente principalmente de ramos meníngeos da carótida externa ipsilateral. Mínima participação de ramos leptomeníngeos na vascularização da periferia do tumor. Imediatamente depois do estudo angiográfico inicial, pela mesma via transfemoral direita, cateterismo hiperseletivo da meningea media direita e embolização em fluxo livre com micropartículas de PVA calibradas de 100 a 300 mícron até a supressão completa do blush hipervascular. Ressonância magnética de controle realizada um ano após a embolização mostrou desaparecimento quase completo do edema perilesional e redução aproximada de 10% do volume tumoral. A paciente apresentou boa evolução clínica até a data atual, não houve necessidade de nenhum tratamento adicional. Em novo estudo radiológico, realizado 7 anos após o procedimento, não houve ressurgimento de edema perilesional ou progressão do tumor.

Discussão: o uso de embolização pré-operatória para meningeomas afim de reduzir a vascularização e consequentemente o sangramento operatório do tumor já é estratégia bem estabelecida na literatura. No entanto, o uso de tratamento endovascular como terapêutica exclusiva para meningeomas é assunto recente e controverso. Relatamos aqui um caso de grande meningeoma esfenoidal direito com importante edema perilesional em paciente idosa com queixas de déficit de memória e tontura, tratado exclusivamente por embolização com boa evolução clínica. Sugerimos que essa abordagem terapêutica seja considerada para pacientes idosos e/ou com alto risco cirúrgico, acometidos de tumores volumosos, sobretudo com extensa área de edema perilesional que, como demonstrado no presente caso, pode regredir completamente por efeito da embolização.

Conclusão: grandes meningeomas podem ser satisfatoriamente controlados por tratamento exclusivamente endovascular com excelente evolução clínica, evitando, portanto, procedimento cirúrgico de mais alto risco em pacientes idosos ou com grandes comorbidades.