CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673131
E-Poster – Vascular
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Abordagem retrogrado da veia supraorbitária por via femoral para tratamento de fistula carótido-cavernosa

Jeickson Vergara
1   Hospital Italiano de Buenos Aires, Argentina
2   Servicio de Diagnóstico por Imágenes – Sección Angiografía y Terapia Endovascular
,
Dan Zimelewicz Oberman
1   Hospital Italiano de Buenos Aires, Argentina
2   Servicio de Diagnóstico por Imágenes – Sección Angiografía y Terapia Endovascular
,
Fernando Padilla
1   Hospital Italiano de Buenos Aires, Argentina
2   Servicio de Diagnóstico por Imágenes – Sección Angiografía y Terapia Endovascular
,
Vanesa di Caro
1   Hospital Italiano de Buenos Aires, Argentina
2   Servicio de Diagnóstico por Imágenes – Sección Angiografía y Terapia Endovascular
,
Matteo Baccanelli
1   Hospital Italiano de Buenos Aires, Argentina
2   Servicio de Diagnóstico por Imágenes – Sección Angiografía y Terapia Endovascular
,
Oscar Peralta
1   Hospital Italiano de Buenos Aires, Argentina
2   Servicio de Diagnóstico por Imágenes – Sección Angiografía y Terapia Endovascular
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Apresentação do Caso: Paciente do sexo masculino de 51 anos de idade que iniciou quadro com injeção conjuntival. Após duas semanas apresentou exoftalmia e diplopia por paresia do musculo reto externo direito. Se realizou uma angiografia digital que diagnosticou uma fistula carótido-cavernosa indireta com aferência bilateral de ambos troncos meningo-hipofisarios e ramos temporais anteriores e posteriores da artéria maxilar interna direita. Se avaliou a possibilidade de realizar uma abordagem posterior através do seio petroso inferior (SPI), o qual se encontrava trombosado, pelo que se decidiu realizar uma abordagem transvenosa pela veia supraorbitária (VSO) por via femoral, pela veia angular até alcançar o seio cavernoso. Se realizou embolização com coils de liberação controlada conseguindo o fechamento completo da mesma. O paciente não desenvolveu nenhuma complicação e apresentou melhoria sintomática global com recuperação mais tardia da diplopia.

Discussão: A fistula carótido-cavernosa é uma comunicação anormal entre o sistema arterial carotídeo (artéria carótida interna ou externa) e o seio cavernoso. As fistulas indiretas ou durais são as segundas mais comuns de todas as fistulas arteriovenosas. Os sintomas estão determinados pela localização e o padrão de drenagem venoso, sendo mais frequentes os sintomas oculares, devido ao refluxo a nível da veia oftálmica. O tratamento de eleição é a terapia endovascular, seja transarterial ou transvenosa, dependendo do tipo de fistula. Em alguns casos se combina a técnica cirúrgica e a endovascular. Para as fistulas indiretas se prefere a abordagem transvenosa com alta taxa de êxito e baixa taxa de complicações. Como alternativa a via venosa convencional, pela via do SPI, se utilizou uma via venosa anterior através da VSO, sem punção da veia angular e/ou facial, por via femoral, até alcançar o seio cavernoso, conseguindo o fechamento exitoso da fistula.

Comentários Finais: A técnica endovascular é o tratamento de eleição para as fistulas carótido-cavernosas. Quando a via tradicional para tratar as fistula indiretas, através do SPI não for possível, seja por trombose ou por dificuldade técnica por anatomia do plexo da mesma, se recorre a vias alternativas, como a via transvenosa supraorbitária. Esta pode ser abordada por cirurgia, por punção da veia angular e/ou facial ou como mostramos em este relato, através da abordagem femoral que demonstrou ser efetiva, não traumática e segura para este tratamento.