CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673128
E-Poster – Vascular
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Mapeamento cortical e subcortical da área da linguagem em cavernoma da área perisilviana: relato de caso

Carlos Roberto Massella-Jr
1   Hospital Militar de Área de São Paulo
,
Marcus Vinicius de Morais
1   Hospital Militar de Área de São Paulo
,
Raphael Esteves Veiga
1   Hospital Militar de Área de São Paulo
,
José Claudio Monteiro Rodrigues Filho
1   Hospital Militar de Área de São Paulo
,
Hykaro Leonelli Thiers Rister
1   Hospital Militar de Área de São Paulo
,
Daniel de Araujo Paz
1   Hospital Militar de Área de São Paulo
,
Romulo Almino de Alencar Arrais Mota
1   Hospital Militar de Área de São Paulo
,
Rafael Duarte de Souza Loduca
1   Hospital Militar de Área de São Paulo
,
Thais Aparecida da Silva Marques
1   Hospital Militar de Área de São Paulo
,
Paulo Marcio Porto de Melo
1   Hospital Militar de Área de São Paulo
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: Cerca de 75% dos cavernomas (CAs) estão localizados superficialmente no hemisfério cerebral, podendo ser facilmente removidos. Quando estão localizados em regiões corticais e subcorticais eloquentes, representam um desafio para o neurocirurgião. A abordagem dos CAs da área perisilviana é pouco descrita na literatura e baseia-se em relatos de casos ou de pequenas séries.

Objetivo: Descrever um caso de uma paciente com cavernoma da área motora que foi submetida a ressecção microcirúrgica com auxilio de mapeamento cortical e subcortical da linguagem.

Método: As informações foram obtidas através da coleta de dados de modo prospectivo após consentimento da paciente submetida a pesquisa. Resultados: Paciente sexo feminino, 54 anos, com história de crise convulsiva focal simples com movimentos de flexão em membro superior direito (MSD), desvio de rima labial para esquerda e afasia transitória há 02 meses. Não há história prévia de crise convulsiva. Foi submetida a investigação com tomografia computadorizada de crânio (TC), que evidenciou lesão hiperdensa em região frontal esquerda no giro pré-central. A Ressonância Magnética (RM) mostrou lesão sugestiva de cavernoma, sendo proposto o tratamento cirúrgico A Cirurgia foi planejada segundo a técnica 3A (ASLEEP-AWAKE-ASLEEP). Inicialmente com anestesia geral e mascara laríngea. Após a craniotomia, a paciente foi acordada para realização do mapeamento cortical da linguagem e área motora. Foi selecionada a melhor rota cirúrgica com base no mapeamento e na localização intraoperatória por neuronavegação. O cavernoma foi ressecado completamente. Em seguida foi realizado o mapeamento subcortical, no intuito de avaliar a possibilidade de ressecção da área gliótica perilesional e remover potenciais áreas epileptogenicas. Esta não se mostrou eloquente, portanto, foi ressecada. A Paciente realizou o pós-operatório na unidade de terapia intensiva (UTI) durante 1 dia. O resultado da anatomia patológica confirmou o diagnóstico de cavernoma. No seguimento ambulatorial em 1 mês a paciente encontrava-se sem novas crises e com a linguagem preservada.

Conclusão: CAs da área perisilviana são raros e, geralmente, apresentam manifestação clínica com crise epiléptica, déficit de linguagem ou déficit motor secundária à hemorragia. O mapeamento cortical e subcortical da linguagem foi útil para adicionar segurança ao procedimento.