Os avanços do tratamento endovascular na abordagem de aneurismas de artéria cerebral média

Introdução: Os aneurismas da artéria cerebral média (ACM) representam 18% a 40% de todos os aneurismas cerebrais. A maioria desses aneurismas é localizada na bifurcação ou trifurcação da artéria. Quanto à intervenção, o tratamento endovascular é viável, seguro e associado com bons resultados clínicos e radiográficos de acompanhamento.

Objetivos: Analisar o desfecho clínico de pacientes com aneurismas de artéria cerebral média submetidos à terapêutica endovascular; avaliar os benefícios clínicos da abordagem endovascular; Relatar as principais indicações de terapia endovascular para aneurismas de artéria cerebral média.

Métodos: Trata-se de uma revisão sistemática realizada conforme o protocolo PRISMA. Foi guiada pelo acrônimo PICO:P (população), I (intervenção), C (controle), O (desfecho) a partir da pergunta-norteadora: “Qual o desfecho clínico de pacientes com aneurismas intracranianos de artéria cerebral média tratados com tratamento endovascular com stent em relação aqueles submetidos à clipagem cirúrgica?”. A amostra final é composta por 25 periódicos selecionados conforme os critérios de inclusão e exclusão. Foram obtidos nas bases de dados PUBMED e SCOPUS. A equação de busca foi: (“aneurysm” AND “middle cerebral artery” AND “stent” AND “surgery”).

Resultados: Em se tratando de aneurismas da artéria cerebral média (ACM), o tratamento com stent gerou muitos debates em virtude das características anatômicas complexas. No entanto, a abordagem endovascular mostrou resultados favoráveis com o advento de novas ferramentas endovasculares especificamente projetadas para aneurismas de ACM com o pescoço largo, além de melhorar a viabilidade e a segurança do tratamento desses aneurismas. As complicações intraoperatórias estavam ausentes em 95,3% dos tratamentos. A taxa de oclusão completa de aneurismas de cerebral média foi de 77,5% a 96,7%. Com taxa de recorrência de 6,1%. Cerca de 93% dos aneurismas circulantes pós-procedimento imediatos progrediram para 68% de oclusão aos 6 meses e a oclusão de 95% em 1 ano. Os resultados angiográficos melhoram ao longo do tempo devido à trombose progressiva do aneurisma em cerca de 50% dos casos.

Conclusão: Em síntese, o uso de stents mais aprimorados permite um isolamento seguro de aneurismas de artéria cerebral média de pescoço largo, geralmente considerados como cirúrgicos, com baixa taxa de recanalização para aqueles adequadamente ocluídos e com melhor desfecho clínico.