CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673114
E-Poster – Vascular
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Hemorragia subaracnoide aneurismática na adolescência – relato de dois casos e revisão de literatura

Bianca Ditlef Bereta
1   Faculdade de Medicina do ABC
,
Rafael Basílio Guimarães
1   Faculdade de Medicina do ABC
,
Alfredo Kurtzweil Salhago
1   Faculdade de Medicina do ABC
,
Marcos Antonio Pereira do Rego
1   Faculdade de Medicina do ABC
,
Pâmela Spina Capitão
1   Faculdade de Medicina do ABC
,
Guilherme da Ros Malacarne
1   Faculdade de Medicina do ABC
,
Pedro Bíscaro Neto
1   Faculdade de Medicina do ABC
,
Marco Prist Filho
1   Faculdade de Medicina do ABC
,
Jorge Roberto Pagura
1   Faculdade de Medicina do ABC
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Relatos de caso: R. P. C., masculino, 15 anos, admitido com queixa de cefaleia súbita após atividade física há 3 dias da admissão. Nega cefaleia prévia ou outros sintomas (Hunt-Hess I). Tomografia de crânio mostrou hemorragia subaracnoide interhemisférica (Fisher 3). Angiografia evidenciou aneurisma sacular em complexo comunicante anterior. Paciente foi submetido a clipagem de aneurisma após 10 dias de sangramento. Paciente recebe alta com exame neurológico inalterado, e angiografia de controle realizada não mostra colo residual. L. N. C., masculino, 14 anos, deu entrada no serviço com história de síncope após cefaleia intensa 1 dia antes da internação. Apresenta-se com hemiparesia esquerda e liberação piramidal (Hunt-Hess III). Em tomografia de crânio de entrada evidenciou-se hemorragia subaracnoide em cisterna carotídea à direita (Fisher 2). Submetido a angiografia que evidenciou dilatação sacular em bifurcação de artéria carótida interna direita. Paciente foi submetido a clipagem de aneurisma 2 dias após a admissão. Recebeu alta com exame neurológico sem alterações. Realizou seguimento anual com angiografia mostrando ausência de colo residual. Angiografia 2 anos após a cirurgia mostra dilatação sacular em artéria coroidea anterior à direita, com aumento de diâmetro em 6 meses. Foi submetido a clipagem de aneurisma, recebendo alta sem alterações no exame neurológico e angiografia de controle com ausência de colo residual.

Revisão de literatura: hemorragia subaracnoide na adolescência secundária a ruptura de aneurisma cerebral espontâneo é uma patologia rara, com predominância de pacientes do sexo masculino. Pacientes em sua maioria têm como primeiro sintoma hemorragia subaracnoide. A maior parte dos pacientes apresenta aneurismas da artéria carótida interna. Em geral, séries de casos na população abaixo de 18 anos obtém bom resultado pós-operatório, resultando em seguimento pós-operatório com melhores resultados em relação à população adulta.

Conclusão: hemorragia subaracnoide espontânea na adolescência seucndária a aneurisma é uma patologia rara. A diferença na incidência por sexo de acordo com a idade sugere que a população pediátrica manifesta apenas fatores congênitos para a formação das lesões, enquanto a população adulta tem sua incidência alterada por fatores ambientais. O tratamento cirúrgico é semelhante ao tratamento no adulto, obtendo prognóstico melhor em seguimento pós-operatório em comparação à população adulta.