CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673101
E-Poster – Trauma
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Uso do escore escala de coma de Glasgow-pupila (“GCS-P”) em pacientes vítimas de traumatismo craniencefálico no brasil. Um escore “resposta motora-pupilas” poderia ter maior valor prognóstico?

Walderico Silva Machado Filho
1   Universidade do Estado do Amazonas
2   Universidade de São Paulo
3   Universidade Federal do Amazonas
,
Manoel Jacobsen Teixeira
1   Universidade do Estado do Amazonas
2   Universidade de São Paulo
3   Universidade Federal do Amazonas
,
Wellingson Silva Paiva
1   Universidade do Estado do Amazonas
2   Universidade de São Paulo
3   Universidade Federal do Amazonas
,
Felipe Regis Cavalcante Uchoa
1   Universidade do Estado do Amazonas
2   Universidade de São Paulo
3   Universidade Federal do Amazonas
,
Mylena Miki Lopes Ideta
1   Universidade do Estado do Amazonas
2   Universidade de São Paulo
3   Universidade Federal do Amazonas
,
Bianca Gomes Wanderley
1   Universidade do Estado do Amazonas
2   Universidade de São Paulo
3   Universidade Federal do Amazonas
,
Eldo Gomes Cabral
1   Universidade do Estado do Amazonas
2   Universidade de São Paulo
3   Universidade Federal do Amazonas
,
Robson Amorim
1   Universidade do Estado do Amazonas
2   Universidade de São Paulo
3   Universidade Federal do Amazonas
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: Recentemente, com o objetivo de identificar um escore clínico que contivesse as duas principais variáveis clínicas prognósticas, o escore escala de coma de Glasgow-Pupila foi criado. Os mesmos autores que criaram a Escala de Coma de Glasgow (ECGl) há mais 40 anos, por meio de categorização da variável pupila em 0=reativa, 1= pupila reativa e 2= arreatividade pupilar, identificaram uma forma de aumentar seu poder prognóstico. Nosso estudo, teve como objetivo avaliar se o novo escore determina comportamento semelhante na população brasileira. Ademais, os autores avaliaram se, o principal componente da ECGl (a melhor resposta motora) associado a reatividade pupilar – “escore motor-pupila (EM-P)”, não apresenta potencial prognóstico ainda mais acurado.

Métodos: A partir de um banco de dados digitalizado com coleta prospectiva de 517 pacientes vítimas de TCE nos períodos de 2012 a 2015, foram selecionados doentes com dados completos de ECGl, escore motor da ECGl e avaliação pupilar. O escore GCS-P foi calculado, assim como o escore motor-pupila (EM-P). Este último foi calculado de forma semelhante GCS-P determinando variação de -1 a 6 pontos. Foi realizado análise das curvas ROC – área sob a curva (AUC) da ECGl, do escore “GCS-P” e do “EM-P” para avaliação de mortalidade em 14 dias e mortalidade hospitalar.

Resultados: 449 doentes apresentavam os dados completos. A média de idade foi de 41,4 +− 18,1 anos. 85,1% eram do sexo masculino. A mediana da ECGl foi 6 (p25 = 3, p75 = 12) e do escore motor foi de 5 (p25 = 4, p75 = 12). 18,9% apresentavam alteração pupilar. A mortalidade em 14 dias foi de 22,8%. A ECGl isolada determinou uma área sob a curva de 0,63 para mortalidade em 14 dias e de 0,66 para mortalidade hospitalar. O GCS-P determinou AUC de 0,70 e 0,71, respectivamente. O EM-P determinou AUC de 0,73 e 0,73, respectivamente. A mortalidade dos pacientes com GCS-P “1”, “2”, “3” e “4” foram, respectivamente, 100%, 54,8%, 21% e 41%. A mortalidade dos pacientes com EM-P “-1”, “0”, “1” e “2” foram, respectivamente, de 100%, 63,3%, 37% e 35%, seguindo uma distribuição progressivamente descendente com uma mortalidade de apenas 10% naqueles com EM-P 6.

Conclusão: O GCS-P mostrou-se válido para esta coorte de pacientes brasileiros determinando melhora do potencial prognóstico comparado com a ECGl isolada. Entretanto, na nossa população, o EM-P demonstrou-se como o modelo clínico mais acurado para se determinar mortalidade em 14 dias e mortalidade hospitalar.