CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673092
E-Poster – Trauma
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Craniotomia descompressiva osteomioplástica associada a durotomias lineares com duroplastia: nota técnica

Thales Bhering Nepomuceno
1   Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
,
Rodrigo Kei Kuromoto
1   Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
,
Rafael Pereira Monteiro
1   Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
,
Almir Ferreira de Andrade
1   Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
,
Saul Almeida da Silva
1   Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
,
Eberval Gadelha Figueiredo
1   Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
,
Wellingson Silva Paiva
1   Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
,
Manoel Jacobsen Teixeira
1   Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução e Objetivo: Em situações onde não se faz necessário a craniectomia descompressiva, sugerimos a realização da craniotomia descompressiva osteomioplástica, não realizando a separação do músculo temporal e pericrâneo do flap ósseo.

Método: Durante o período de 2 meses, em 2015, foram estudados 8 espécimes adultos na sala de técnica cirúrgica em neurocirurgia junto ao Serviço de Verificação de Óbitos da Capital (SVOC).

Resultados: A incisão da pele em “question mark” inicia-se 1cm anterior ao tragus, extendendo-se à região parieto-occipital, ascendendo em forma de arco e seguindo-se pela linha mediana até onde seria a linha de implantação do cabelo. Esta incisão não é realiza nos espécimes, de acordo com as regras do SVOC. Defletido o escalpo com a gálea em conjunto, no sentido craniocaudal, é realizada a desinserção anteroinferior do pericrânio com mínima desinserção do músculo temporal para acesso ao ptérion. Segue-se a incisão do pericrânio 1 cm medial a linha temporal superior, circundando a inserção do músculo temporal, em direção ao ramo posterior do arco zigomático. Realiza-se desinserção mínima da fáscia temporal nesta região para possibilitar que uma das trepanações seja o mais próximo possível do arco zigomático. São realizados cinco orifícios de trepanação e a craniotomia com uso de craniótomo. A base do osso temporal deve ser fraturada ao nível mais inferior possível, extendendo-se a craniotomia inferiormente com auxilio de goiva. O retalho osteomuscular deve ser colocado sobre um coxim de compressas de modo a preservar a nutrição vascular do osso e músculo temporal. As durotomias são lineares, sendo quatro verticais sobre os lobos parietal e frontal e duas horizontais sobre o lobo temporal, não maiores que 4cm. Realiza-se a duroplastia com retalho de gálea para evitar contato direto do córtex com o osso. O flap ósseo não é fixado ao crânio do espécime, para conservar o objetivo de descomprimir de forma gradual e controlada o hemisfério em sofrimento.

Conclusão: A nova técnica procura impedir expansão descontrolada pela tumefação cerebral hemisférica, preservar o músculo temporal e a viabilidade do retalho osteomuscular. A translação da pesquisa para a prática neurocirúrgica, como já realizado por Mracek (2011), de forma similar, mas sem as durotomias lineares, poderá avaliar os seus benefícios em relação à técnica clássica.