CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673088
E-Poster – Trauma
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Monoparesia traumática por síndrome medular central parcial associada à plexopatia cervical sem plexopatia braquial.

Renata Nunes Velloso
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Ródio Luís Brandão Câmara
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Luana Lopes de Medeiros
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Giovanni Loos Queiroz Félix
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Alice Letícia Pereira da Silva
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Marcel Catão Ferreira dos Santos
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Gabriel Nunes Rocha
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Tiago Wernny da Silva Marinho
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Yáskara da Silva Rodrigues Freire
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Arthur Steven Cota de Sá
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Guido Silva Garcia Freire
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Apresentação do caso: Homem,49 anos, queda de 2m. Cefaleia, cervicalgia intensa, dor ombro e gradil costal esquerdo. ECGl 15, pupilas fotorreagentes. FM global MSE grau 3, FM preservada MSD e MMII. TC cervical admissão: espondilolistese C4C5 grau II. TC crânio, tórax, abdome, ECG: normais. 6° DIH: FM grau 4 global MSE. RM coluna cervical: anterolistese grau II, luxação anterior faceta apofisária esquerda C4 (faceta presa), discreta impactação anterior platô vertebral superior C5, leve edema ósseo associado, edema processo espinhoso C5, sinais de mielopatia C4C5, edema em musculatura paravertebral e ligamentos interespinhosos C2C5, sugerindo estiramento. 18° DIH: artrodese 360°. 4° mês PO: postura cervical fletida/rotação cervical/desvio mentoniano direito/discreta atrofia muscular MSE. FM grau 4+ global MSE e preservada MSD e MMII. Hiperreflexia global e sinal Babinski bilateral. Dor neuropática dermátomo C4 esquerdo.

Discussão: A síndrome medular central (SMC) manifesta-se por perda sensitivo-motora mais nos membros superiores que inferiores, os quais apresentam sinais de comprometimento dos tratos longos com liberação piramidal. Déficits apendiculares em SMC típica são bilaterais e simétricos. Pacientes com déficits assimétricos dos MMSS demandam investigação de lesões radiculares e plexulares, sendo comum envolvimento do plexo braquial. No caso relatado, houve SMC parcial, pois não houve perda motora bilateral nos MMSS (apenas no MSE), nem paresias nos MMII ou anestesia suspensa bilateral em dermátomos cervicais. Contudo, ocorreu liberação piramidal com hiperreflexia global e sinal de Babinski bilateral, relacionados ao hipersinal medular cervical na RM. O déficit motor global no MSE, mesmo assimétrico, também é relacionado à SMC parcial, pois a raiz afetada, C4 esquerda, ocasionou postura em rotação cervical e desvio do mento à direita por comprometimento dos mm escalenos e dor neuropática circunscrita ao ombro esquerdo.

Considerações finais: Uma SMC parcial com evidente déficit motor, limitado a um dos MMSS, é uma singularidade diagnóstica. A inspeção clínica indicaria inadvertidamente lesão decorrente de radiculopatia/plexopatia traumáticas. Porém, exame neurológico somado aos achados de imagem definiu a causa do déficit motor global do MSE, mielopatia cervical e não radiculopatia, e os achados deficitários e álgicos da raiz C4 esquerda indicam plexopatia cervical circunscrita e não plexopatia braquial, com déficits neurológicos significativos nos MMSS.