CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673086
E-Poster – Trauma
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Creatinina sérica como preditor independente de mortalidade precoce em vitimas de TCE grave

Renata Harumi Gobbato Yamashita
1   HC-FMUSP
,
Wellingson Silva Paiva
1   HC-FMUSP
,
Almir Ferreira de Andrade
1   HC-FMUSP
,
Manoel Jacobsen Teixeira
1   HC-FMUSP
,
Robson Amorim
1   HC-FMUSP
,
Cintya Hayashi
1   HC-FMUSP
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: Diversos fatores preditivos para mortalidade no TCE têm sido avaliados, sejam clínicos, radiológicos e/ou laboratoriais, com intuito de predizer um desfecho clínico, alocação de recursos e informar os familiares sobre a evolução. Recentemente, a creatinina foi apontada como um fator preditivo independente de mortalidade em vítimas de TCE. No entanto, ainda não existem relatos de investigação em população de países em desenvolvimento, como o Brasil. Desenho do estudo: Buscando avaliar a associação entre creatinina sérica e mortalidade em 14 dias (esse em 14 dias não ficou claro, seria o tempo entre o trauma até a morte?) de vítimas de TCE, este estudo unicêntrico, de modelo preditivo na forma de coorte prospectiva, foi realizado em um hospital terciário em São Paulo no período de 2012 a 2015.

Resultados: Os valores da creatinina foram categorizados em: normal e anormal (valor ≥ 1,3 mg/dL). Foram avaliados 485 pacientes cuja creatinina sérica foi coletada na admissão hospitalar. Destes, 17,1% apresentavam-se com valores de creatinina anormais. Aqueles com creatinina anormal tinham idade mais avançada (49,1 vs 39,9 anos, p < 0,0001) e maior frequência de pupilas bilateralmente fixas (p = 0,002). Na análise univariada, a creatinina anormal apresentou associação com mortalidade precoce (44,5 vs 18,7%, p < 0,0001) e mortalidade hospitalar (56 vs 36,9%, p < 0,0001). Na análise de regressão logística, a creatinina anormal manteve-se como preditor independente significativo tanto para mortalidade em 14 dias (p = 0,003) quanto hospitalar (p = 0,007).

Conclusão: A creatinina foi identificada neste estudo como fator independente de mortalidade precoce e hospitalar no doente com TCE. Do ponto de vista fisiopatológico, provavelmente isto reflete o estado pré-mórbido do doente. Outra possibilidade é a falta de avaliação de fatores de confusão não mensurados na análise multivariada. De qualquer forma, este achado identifica a creatinina como potencial marcador prognóstico no TCE.