CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673078
E-Poster – Trauma
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Características do hematoma epidural contralateral após craniectomia descompressiva para tratamento do trauma cranioencefálico grave: revisão sistemática.

Morgana Monteiro Moreira
1   Escola Bahiana de Medicina e Saúde Publica
2   Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto
3   Universidade Federal de Sergipe
,
Rodrigo Antonio Rocha da Cruz Adry
1   Escola Bahiana de Medicina e Saúde Publica
2   Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto
3   Universidade Federal de Sergipe
,
Carlos Umberto Pereira
1   Escola Bahiana de Medicina e Saúde Publica
2   Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto
3   Universidade Federal de Sergipe
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: A craniectomia descompressiva é considerada como o método cirúrgico mais utilizado no tratamento da hipertensão intracraniana refratária decorrente da injúria cerebral grave. Apesar de ser descrita como método resolutivo quando bem indicado, pode contar com severas complicações precoces, dentre elas destaca-se o hematoma epidural contralateral. Apesar de infrequente, é descrito como uma das complicações precoces com desfechos mais desfavoráveis.

Objetivos: Descrever os principais achados clínicos e tomográficos de pacientes que apresentaram hematoma epidural contralateral após a realização da craniectomia descompressiva para tratamento do trauma cranioencefálico grave.

Metodologia: Trata-se de uma revisão sistemática de literatura, sem metanálise, realizada pelas bases de dados Pubmed e Scielo e, na pesquisa de campo, foram utilizados os descritores em Ciências da Saúde, disponíveis em outro idioma (língua inglesa): Decompressive Craniectomy, Decompressive Surgery, Epidural Hematoma. A busca na base de dados foi efetuada até 27 de julho de 2017.

Resultados: Foram encontrados sessenta e sete pacientes acometidos por hematoma epidural contralateral após a realização da craniectomia descompressiva. A suspeição para a formação do novo sangramento foi observada pela anormalidade pupilar (22,3%) e aumento da pressão intracraniana (18%) no pós-operatório, pelo inchaço cerebral no momento da primeira cirurgia (22,3%) ou revelado pela tomografia computadorizada de rotina (26,8%). Pelo menos 86,36% dos pacientes apresentaram fratura óssea contralateral ao hematoma inicial.

Conclusão: A fratura óssea contralateral ao hematoma inicial se destaca como principal característica para o desenvolvimento de hematoma epidural após craniectomia descompressiva. O reconhecimento dessa lesão em tempo hábil pode influenciar na realização mais precoce das tomografias pós-operatórias e, quando diagnosticado a presença de hemorragia epidural, a intervenção imediata irá promover melhores resultados. O edema cerebral intra-operatório inexplicável ou a presença de anormalidades pupilares no pós-operatório, se destacam como bom indicador do desenvolvimento do hematoma contralateral. Em contrapartida, a deterioração neurológica e a presença de coagulopatias não é uma característica confiável de hematoma epidural contralateral após craniectomia descompressiva.