CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673076
E-Poster – Trauma
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Relato de caso: higroma subdural sem evolução favorável apesar de drenagens e shunts.

Marcus Vinicius
1   Unimed Belo Horizonte
,
Luís Fernando Barbosa Moraes
1   Unimed Belo Horizonte
,
Leonardo Augusto Wendling Henriques
1   Unimed Belo Horizonte
,
Bruno Victor da Costa
1   Unimed Belo Horizonte
,
Paulo Mallard Scaldaferri
1   Unimed Belo Horizonte
,
Baltazar Leão Reis
1   Unimed Belo Horizonte
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Raul Starling de Barros
1   Unimed Belo Horizonte
,
Rafael Augusto Santiago Brandão
1   Unimed Belo Horizonte
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Alexandre de Resende Pires Miranda
1   Unimed Belo Horizonte
,
Jair Leopoldo Raso
1   Unimed Belo Horizonte
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Apresentação do caso: WGR, masculino, 78 anos, admitido em 02/03/18, após queda de própria altura. É etilista, fazia uso apenas de sinvastatina. Encontrava-se confuso, Escala de coma de Glasgow (ECG) 14. Queixava cefaleia, sem déficits neurológicos. Em tomografia computadorizada de crânio (TCC), visto contusão frontal direita e temporal esquerda, com pequeno Hematoma subdural crônico (HSDC) frontal esquerdo. Evoluiu com melhora clínica e radiológica. Recebeu alta em bom estado geral, em 11/03/18. Reinternou em 06/04/18 por hemiparesia direita. Admitido alerta, pupilas isocoricas e fotorreativas, paresia direita grau 3. TCC evidenciando volumoso higroma subdural direito, evacuado mesmo dia, por dois trépanos. Irrigado a cavidade e colocado dreno subgaleal, que foi mantido por 24 horas. Após melhora por três dias, rebaixou para ECG 8. Em TCC, grande pneumoencefalo subdural direito, tratado com punção subdural de emergência, pelo orifício frontal, mantendo drenagem por três dias, sem melhora significativa. Em nova TCC de 24/04/18, visualizada manutenção do higroma, ainda importante, e dilatação do ventrículo contralateral. Realizado então dois shunts: subduro-peritoneal a direita e ventrículo-peritoneal a esquerda, que até a data da realização deste relato, não resultaram em melhora clínica do paciente.

Discussão: Higroma subdural é o acúmulo de fluido semelhante ao líquor no espaço subdural. É comum após traumatismos crânio-encefálicos, cujo mecanismo de formação está provavelmente associado à lesão da interface duro-aracnoide, com acúmulo de líquor no espaço situado entre as duas membranas, podendo cursar com sangramento secundário e transformação em HSDC. Talvez por isso, o manejo atual do Higroma subdural é extrapolado daquele direcionado ao HSDC, como evacuação por trepanação, irrigação da cavidade e implante de dreno, havendo poucos trabalhos direcionados àquela entidade.

Comentários finais: Na literatura não há consenso em relação ao manejo do higroma subdural, havendo na prática, a tendência de manejo semelhante ao do HSDC. Neste trabalho relatamos o caso de um paciente que, conduzido desta forma, evoluiu com pneumoencéfalo hipertensivo e, mesmo após colocação de dois shunts, encontra-se hoje com melhora clínica discreta, tendo exames de imagem semelhantes aos inicialmente apresentados. Mais estudos são necessários para avaliar a real necessidade de evacuação da coleção, principalmente em pacientes oligossintomáticos.