CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673072
E-Poster – Trauma
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Hematoma subdural crônico após passeio em montanha russa: relato de caso e revisão de literatura

Luiz Henrique Cardoso Pereira
1   Hospital Universitário Evangélico de Curitiba
,
Anderson Matsubara
1   Hospital Universitário Evangélico de Curitiba
,
Johnni Oswaldo Zamponi Junior
1   Hospital Universitário Evangélico de Curitiba
,
Roberta Rehder
1   Hospital Universitário Evangélico de Curitiba
,
Gustavo Alberto Rosa Passos
1   Hospital Universitário Evangélico de Curitiba
,
Luis Alencar Biurrum Borba
1   Hospital Universitário Evangélico de Curitiba
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Caso: Mulher, 32 anos, previamente hígida, admitida por quadro de cefaleia progressiva com 3 semanas de evolução após ter andado de montanha russa. Relatava que apresentou tontura importante após o evento, sem outras queixas. Negava medicações, outras patologias ou traumas. Tomografia de crânio na admissão evidenciou presença de hematoma subdural crônico em convexidade direita. Evoluiu com perda de força muscular dimidio esquerdo cinco dias após a consulta. Ao exame clínico, força muscular grau IV simétrica em dimidio esquerdo, sem alteração dos reflexos profundos. Submetida a tratamento cirúrgico de drenagem do hematoma subdural crônico. Apresentou boa evolução clínica e resolução completa do quadro após drenagem do hematoma.

Discussão: Hematoma subdural crônico consiste em um tipo frequente de hemorragia intracraniana causada pela ruptura das veias pontes. Dentre os principais fatores predisponentes encontram-se a idade avançada, coagulopatias e uso abusivo de álcool. Neste relato verifica-se a patologia em uma jovem, previamente hígida que foi exposta a um mecanismo importante de aceleração-desaceleração que resultou no hematoma Subdural que cronificou durante as 3 semanas após o passeio. Na literatura há relatos de casos de pacientes com desfecho similar, no entanto esses pacientes caracteristicamente apresentam outros fatores de risco, como idade avançada, coagulopatia, trauma direto associado ou outras comorbidades.

Conclusão: O mecanismo de aceleração-desaceleração em esportes radicais ou atividades de lazer deve ser considerado como fator de risco na investigação de cefaleia progressiva com ou sem déficit neurológico. A importância do relato de caso deve-se ao mecanismo da formação do hematoma em paciente jovem, sem comorbidades previas. A abordagem cirúrgica pode reverter de maneira completa o déficit. Verifica-se a importância de considerar o mecanismo do trauma como fator predisponente de sangramento intracraniano