CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673067
E-Poster – Trauma
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Disfunção sexual após trauma cranioencefálico: uma revisão

Louise Makarem Oliveira
1   Universidade Federal do Amazonas
2   Universidade de São Paulo
,
Márcio Fernando Da Silva
1   Universidade Federal do Amazonas
2   Universidade de São Paulo
,
Renato Anghinah
1   Universidade Federal do Amazonas
2   Universidade de São Paulo
,
Wellingson Silva Paiva
1   Universidade Federal do Amazonas
2   Universidade de São Paulo
,
Robson Luis Oliveira De Amorim
1   Universidade Federal do Amazonas
2   Universidade de São Paulo
,
Mylena Miki Lopes Ideta
1   Universidade Federal do Amazonas
2   Universidade de São Paulo
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: O trauma cranioencefálico (TCE) é uma condição de etiologia, severidade e prognóstico heterogêneo, sendo uma das principais causas de morbimortalidade em adultos jovens ao redor do mundo. Apesar de extremamente importante para a manutenção da qualidade de vida do paciente afetado, o impacto na sexualidade devido a TCE é pouco abordado e os estudos relacionados a este tema são escassos, especialmente nos países em desenvolvimento, como o Brasil.

Objetivo: Esta revisão visa avaliar os estudos publicados a respeito de alterações no comportamento e na função sexual de vítimas de TCE, elencando os principais problemas e fatores de risco relatados.

Métodos: Trata-se de uma revisão integrativa realizada nas bases de dado BVS e PubMed de 1980 a 2017, através da procura de palavras-chave “Traumatismos encefálicos”, “Disfunção sexual”, “Função sexual”, “Disfunção erétil”, “Qualidade de vida” e “Sexualidade”, em BVS, e “Traumatic brain Injury”, “Sexual dysfunction”, “Sexual functioning”, “Erectile dysfunction”, “Quality of life” e “Sexuality” no PubMed. Foram excluídos artigos não relacionados ao trabalho ou em outras línguas que não português e inglês. Ao final, foram analisados 36 artigos. Resultados: Idade avançada, sexo feminino, desordens endocrinológicas, depressão, ansiedade, limitações motoras e cognitivas foram alguns dos fatores de risco encontrados. Não há consenso quanto ao tratamento da disfunção após TCE, sugerindo-se abordagem multidisciplinar. Existe uma escassez de estudos sobre sexualidade em pacientes que sofreram trauma cranioencefálico, não havendo dados definitivos sobre sua incidência. Foi apontado que discutir sexualidade ainda é considerado um tabu, dificultando o manejo de pacientes.

Conclusão: Os profissionais de saúde precisam estar cientes sobre o possível impacto do TCE sobre as questões ligadas à sexualidade do paciente, para melhor abordá-lo, melhorando sua qualidade de vida. Ademais, estudos sobre sexualidade em TCE são necessários, especialmente os estudos de cunho epidemiológico em países em desenvolvimento.