CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673064
E-Poster – Trauma
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Síndrome epiléptica relacionada à cranioplastia em pacientes com hemicraniectomia descompressiva.

Leandro Pelegrini de Almeida
1   Hospital Cristo Redentor – Grupo Hospitalar Conceição
,
Paulo Valdeci Worm
1   Hospital Cristo Redentor – Grupo Hospitalar Conceição
,
Mateus Carvalho Casarin
1   Hospital Cristo Redentor – Grupo Hospitalar Conceição
,
Humberto Luiz Moser
1   Hospital Cristo Redentor – Grupo Hospitalar Conceição
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Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: A cranioplastia é realizada após a hemicraniectomia descompressiva (HCD) em pacientes vítimas de traumatismos cranioencefálicos e infarto cerebral isquêmico ou hemorrágico e confere um reparo à falha óssea e por consequência uma ação estética e protetora, além de ação sistêmica, restaurando o fluxo sanguíneo cerebral. Com a reconstrução craniana, alterações cicatriciais no âmbito de pele, dura-mater e superfície cortical podem registrar mudanças eletrocorticais que sensibilizam uma propensão à crise convulsiva, porém não definida na literatura.

Objetivo: Determinar se o procedimento da cranioplastia pode resultar em diferença na síndrome epileptogênica.

Métodos: Estudo prospectivo, aprovado pelo Comitê de Ética institucional, em pacientes com HCD que foram submetidos à cranioplastia. Foram determinadas condições clínicas relacionadas à crise convulsiva e comparado ao eletroencefalograma (EEG), pré e pós-operatório.

Resultados: A amostra analisada foi de 52 pacientes. O gênero predominante foi o masculino (78,8%) e a idade entre 20–39 anos (50%). Os mecanismos que mais levaram às HCD foram acidentes de moto e ferimentos por arma de fogo (23% cada). A maioria apresentou-se com Glasgow Coma Scale até 8 (59,6%) e com lesão cortical (86,5%). Entre a HCD e à cranioplastia, 26,9% dos pacientes manifestaram crise convulsiva e 63% demonstraram algum tipo de anormalidade no EEG, enquanto que após o procedimento 21,2% seguiram com crises e 50% com anormalidades no EEG. A maioria dos indivíduos que se apresentaram com um EEG normal antes da cirurgia (n = 19), seguiram com um EEG normal após (n = 15) (p = 0,007). Os que se manifestaram com EEG no pós-operatório patológico (delta regional), apresentaram um ritmo pseudonormal (fenda/brecha) no EEG pré-operatório (p = 0,024).

Conclusão: A cranioplastia pode estar correlacionada a alterações em ritmos eletroencefalográficos, porém sem predispor a maior taxa de síndrome epiléptica.