CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673057
E-Poster – Trauma
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Perfil epidemiológico das internações do sus no brasil no tratamento conservador do traumatismo raquimedular

João Eduardo Tonini Bastianello
1   Universidade Catolica De Pelotas (Ucpel)
2   Hospital Getúlio Vargas
,
Hugo Guilherme De Moraes Jurema
1   Universidade Catolica De Pelotas (Ucpel)
2   Hospital Getúlio Vargas
,
Lucas Rodrigues Mostardeiro
1   Universidade Catolica De Pelotas (Ucpel)
2   Hospital Getúlio Vargas
,
Rafael Harter Tomaszeski
1   Universidade Catolica De Pelotas (Ucpel)
2   Hospital Getúlio Vargas
,
Matheus Gonçalves De Oliveira
1   Universidade Catolica De Pelotas (Ucpel)
2   Hospital Getúlio Vargas
,
Amanda Denti Favero
1   Universidade Catolica De Pelotas (Ucpel)
2   Hospital Getúlio Vargas
,
Thalles Moreira Suassuna
1   Universidade Catolica De Pelotas (Ucpel)
2   Hospital Getúlio Vargas
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: o traumatismo raquimedular (TRM) é uma doença debilitante com resultados devastadores e relativa frequência na sociedade contemporânea, afetando indivíduos jovens, economicamente ativos e previamente hígidos, apresentando grande impacto socioeconômico.

Objetivo: verificar o perfil epidemiológico das internações do SUS no Brasil acerca do tratamento conservador no TRM.

Metodologia: realizou-se um estudo transversal, descritivo e analítico, com dados obtidos do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), na plataforma DataSus. Foram analisados os dados da prevalência global de internações, custo total e valor médio de internação, tempo médio de permanência e taxa de mortalidade, correspondente ao período de janeiro de 2008 a dezembro de 2017.

Resultados: a análise das internações do SUS no Brasil, num período de 10 anos, mostrou um número total de 47.057 internações, contribuindo para um custo de 51.164.080,15 reais aos cofres públicos, com um valor médio de internação de 1.087,28 reais por paciente. Foi verificado um total de 2.408 óbitos, com uma taxa de mortalidade de 5,12. Obsevou-se que a taxa de mortalidade foi decrescente na maior parte do período, exceto nos anos de 2011 e 2014, que apresentaram um aumento de 4,2% e 19,6%, respectivamente. O maior número de internações ocorreu em 2015 (5.476), onde também foi observado um maior custo anual (R$ 6.228.693,47), enquanto que em 2016 houve um maior valor médio de internações por paciente (R$ 1.210,60). No que se refere às regiões do Brasil, as com maior número de internações e custo total com gastos em saúde foram as regiões Sudeste e Nordeste, seguidas pelas regiões Sul, Norte e Centro-Oeste. No entanto, esta última, apresentou a maior taxa de mortalidade (5,96), seguida da região Nordeste (5,58).

Conclusão: o número de internações para o tratamento conservador do TRM aumentou em 16,8% no período analisado, entretanto, começou a decrescer entre 2015 e 2017 (24,5%), enquanto que houve redução da taxa de mortalidade de 22.1% entre 2008 a 2017. Quanto à distribuição por regiões, a maior taxa de mortalidade foi no Nordeste e a menor no Sul. Nesse sentido, parece coerente inferir que é preciso uma política voltada para prevenção de acidentes, em especial nas áreas de vulnerabilidade. Sendo assim, o TRM é uma patologia que ocasiona um custo oneroso e apresenta impacto negativo nas taxas de morbimortalidade nacionais, o que explica a importância de estudos epidemiológicos.