CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673055
E-Poster – Trauma
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Relato de caso – tce por perfuração de arma branca (espeto de churrasco) em região fronto-orbitária

Ingrid Soani Amaral De Couto Tenório
1   Hospital Universitário Getúlio Vargas
2   Universidade Federal do Amazonas
,
Alberto Rubin Figueiredo
1   Hospital Universitário Getúlio Vargas
2   Universidade Federal do Amazonas
,
Ana Paula Medeiros Hortêncio
1   Hospital Universitário Getúlio Vargas
2   Universidade Federal do Amazonas
,
Marcos Robert da Silva Sousa
1   Hospital Universitário Getúlio Vargas
2   Universidade Federal do Amazonas
,
Moyses Isaac Cohen
1   Hospital Universitário Getúlio Vargas
2   Universidade Federal do Amazonas
,
Wander Da Silva Ferreira
1   Hospital Universitário Getúlio Vargas
2   Universidade Federal do Amazonas
,
Sthefanie Ramos de Farias
1   Hospital Universitário Getúlio Vargas
2   Universidade Federal do Amazonas
,
Cleomir da Silva Matos
1   Hospital Universitário Getúlio Vargas
2   Universidade Federal do Amazonas
,
Rodrigo Viana Martins
1   Hospital Universitário Getúlio Vargas
2   Universidade Federal do Amazonas
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Apresentação do Caso: O paciente D.A.B, pardo, masculino, 45 anos, etilista. Apresentou lesão pérfuro-cortante grave devido à agressão física por arma branca (espeto de churrasco) penetrando o crânio na região do epicanto lateral da órbita direita. O estudo por imagem evidenciou que o corpo estranho ocasionou perfuração da base do crânio, atingindo o lobo frontal direito, transfixando o ventrículo ipsilateral, ultrapassando a linha média, resultando em uma contusão profunda no tálamo contralateral, associado a hemoventrículo e uma contusão de 3ml na capsula interna esquerda. Estava consciente, apresentando hemiparesia com força grau IV a direita, sem hidrocefalia e Glasgow 13.

Discussão: Os objetos mais comuns que causam o trauma craniofacial são a barra de ferro, fibra de amianto, arma de fogo e faca, ou seja, espeto de churrasco ou materiais de madeira não são tão comuns. Os traumas faciais por arma branca no Brasil ocorrem, geralmente entre pacientes de nível socioeconômico baixo, usuários de bebidas alcoólicas, por agressão violenta e por assaltos. No caso o paciente apresentou os três primeiros fatores. A utilização de exames de imagens é fundamental para estudar o ferimento, assim visualizar os danos causados e a extensão da lesão, além de primordial para o planejamento cirúrgico. O tratamento consiste em procedimento cirúrgico com retirada do corpo estranho através de cuidadosa dissecação, evitando traumatizar outras estruturas ou mesmo aumentar os danos àquelas que já estão traumatizadas, com objetivo de preservar a estética craniofacial e principalmente a função neurológica do indivíduo. Entretanto, mesmo com todo esse cuidado, os pacientes que sobrevivem ao trauma dessa magnitude apresentam sequelas importantes. Mas o paciente apresentado sobreviveu, não apresentou perda da visão, sem déficit cognitivo e com quadro evolutivo de preservação de força motora.

Considerações finais: O caso relatado e publicações levantadas trazem a importância do planejamento cirúrgico através da análise de exames de imagem, para que a discussão da terapêutica e o ato cirúrgico em si sejam bem executados. Os cuidados na dissecação e manipulação das estruturas eloquentes no intraoperatório são fundamentais para preservação das funções neurológicas. Portanto para que dessa forma se obtenha um bom prognóstico de uma situação complexa como é o TCE por instrumentos perfurantes, que em sua grande maioria é praticamente letal ou sequelante para o paciente.