CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673048
E-Poster – Trauma
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Revisitando o hematoma extradural agudo traumático: fatores que influenciam resultado funcional e análise epidemiológica de 966 pacientes tratados cirurgicamente

Dhyego Ferreira Moreira de Lacerda
1   Hospital da Restauração
,
Eduardo Vieira
1   Hospital da Restauração
,
Ruy Gil Rohrmoser
1   Hospital da Restauração
,
Erton César de Albuquerque Pontes
1   Hospital da Restauração
,
Alisson De Oliveira Meneses
1   Hospital da Restauração
,
Rita de Cássia Ferreira Valença Mota
1   Hospital da Restauração
,
Bianca de Melo Araújo
1   Hospital da Restauração
,
Herika Karla Negri Brito
1   Hospital da Restauração
,
Jéssica Perruci Lopes Martins
1   Hospital da Restauração
,
Izadora Karina da Silva
1   Hospital da Restauração
,
Hildo Rocha Cirne de Azevedo Filho
1   Hospital da Restauração
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: O Hematoma extradural agudo (HEDA) é o acúmulo de sangue no espaço epidural secundário à lesão traumática da artéria meníngea media, lesão de vasos venosos durais ou de veias diplóicas. Trata-se de entidade comum dentre os pacientes vítima de traumatismo cranioencefálico (TCE), tornando-se importante o conhecimento de suas características epidemiológicas.

Objetivo: Realizar um estudo epidemiológico dos pacientes submetidos à drenagem cirúrgica de HEDA em um período de 7 anos (2010–2016), procurando identificar fatores determinantes de prognóstico.

Métodos: Foram realizadas revisões de prontuários médicos e exames de imagem dos pacientes submetidos à drenagem cirúrgica de HEDA.

Resultados: Foram incluídos no estudo 966 pacientes. A maioria dos pacientes foi composta de homens. A média de de idade foi de 30,4 anos e a maioria dos pacientes na faixa etária entre 19 a 40 anos. O mecanismo de trauma mais frequente foi o acidente motociclístico. O escore de Glasgow médio à admissão foi de 11,4. Lesões intra-axiais associadas foram observadas em 14,6% dos pacientes. Ao todo, a maioria dos pacientes evoluíram de modo satisfatório (Glasgow Outcome Scale – GOS – 4 e 5) e uma mortalidade de 11,9% foi observada. A GOS média foi de 4,32. Foram fatores determinantes de mau prognóstico com significância estatística: apresentação em coma, ocorrência de lesões intracranianas associadas (especialmente contusões e hematomas subdurais agudos), localização temporal do HEDA e a presença de anormalidades pupilares. Lesões extracranianas associadas não foram associadas a um pior prognóstico.

Conclusões: Em nosso estudo, a maioria dos pacientes apresentou recuperação satisfatória. Lesões intra-axiais associadas pioram o prognóstico dos pacientes, bem como localização temporal do hematoma e anormalidades pupilares, comumente associadas a herniação de úncus e compressão de tronco cerebral. Vale salientar que acidentes motociclísticos foram a causa do HEDA na maioria dos casos e melhorar as políticas de saúde, educação e fiscalização neste sentido é fundamental.