CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673046
E-Poster – Trauma
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Técnica de lavagem ventricular para hemoventrículo com o uso de aspiração a vácuo acoplado a regulador de fluxo: nota técnica

Daniel de Araujo Paz
1   Universidade Federal de São Paulo
,
Juliete Melo Diniz
1   Universidade Federal de São Paulo
,
Bruno Fernandes de Oliveira Santos
1   Universidade Federal de São Paulo
,
Italo Capraro Suriano
1   Universidade Federal de São Paulo
,
Sérgio Cavalheiro
1   Universidade Federal de São Paulo
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: A hemorragia intraventricular pode ser espontânea ou traumática. Em ambas as situações, representa um fator prognóstico ruim para o paciente. Entre as estratégias de tratamento, a lavagem ventricular por meio de neuroendoscopia é uma alternativa com as vantagens de realizar depuração mais rapidamente os coágulos intraventriculares e diminuir a probabilidade de trocas do sistema de derivação externa (DVE) devido à obstrução. No entanto, este procedimento tem um tempo cirúrgico maior em relação a simples colocação de DVE. Neste sentido, o desenvolvimento de técnicas que reduzam o tempo cirúrgico e maximize a remoção dos coágulos é importante.

Objetivo: Descrever a técnica de aspiração intermitente e controlada para lavagem ventricular devido à hemorragia intraventricular com o uso de regulador de fluxo.

Método: O procedimento inicia com o acesso endoscópico transcortical frontal ao ventrículo lateral por meio de trepanação justacoronal. Em seguida, o ventrículo é lavado em grande quantidade com soro fisiológico até ser possível identifica algum reparo anatômico. Posteriormente, um cateter de Fogarty 5F, já com o balão distal cortado, é introduzido pela camisa de trabalho do neuroendoscópico e conectado ao sistema de aspiração a vácuo. Entre o cateter e o sistema de aspiração é interposto o regulador de fluxo. Assim, de modo controlado e intermitente, foi possível realizar a aspiração de sangue intraventricular.

Resultado: foram tratados 4 pacientes com a técnica, sendo 3 do sexo masculino e 1 do sexo feminino. Um caso foi devido à hemorragia intraventricular traumática e 3 devido à hemorragia intraparenquimatosa hipertensiva. A redução do sangue foi maior nos ventrículos laterais e, em segundo lugar, no terceiro ventrículo. Não houve complicações associadas ao método.

Conclusão: A técnica de lavagem ventricular com uso de aspirador a vácuo acoplado a regulardor de fluxo mostrou-se segura, efetiva na redução do sangramento intraventricular.