Subscribe to RSS
DOI: 10.1055/s-0038-1673045
Perfil dos pacientes idosos submetidos a tratamento cirúrgico de patologias intracranianas em um hospital de referência geriátrico
Publication History
Publication Date:
06 September 2018 (online)
Introdução: Com o avanço da idade da população brasileira, o tratamento neurocirúrgico da população idosa se faz cada vez mais frequente. De acordo com o Estatuto do Idoso e as diretrizes da OMS para países em desenvolvimento, são considerados idosos todos os indivíduos acima de 60 anos, e muito idosos aqueles acima de 80 anos.
Objetivo: Analizar aspectos epidemiológicos de pacientes idosos submetidos a cirurgias por patologias intracranianas no Hospital Sancta Maggiore em São Paulo (SP, Brasil), entre 2016 e 2017.
Métodos: Estudo transversal, retrospectivo, do tipo observacional, com análise de 842 cirurgias cranianas de acordo com os dados obtidos no prontuário eletrônico da instituição, setor de registro hospitalar e registros anátomopatológicos.
Resultados: Foram identificados 745 pacientes, submetidos a 842 procedimentos cirúrgicos, dos quais 32% eram muito idosos (acima de 80 anos). Houve predomínio do sexo feminino (57,3% na amostra geral e 51,6% quando considerados apenas os muito idosos). A maioria dos procedimentos realizados foi em decorrência de doenças traumáticas (46,4%), seguidos de tumores (20,4%) e doenças vasculares (6,8%). Entre os pacientes muito idosos manteve-se a sequência, porém com relevância ainda maior dos casos de trauma (59,1%), os tumores e doenças vasculares mantém-se com distribuição similar (18,7% e 6,25% respectivamente). Distúrbios hidrodinâmicos apresentaram frequência significativa tanto na amostra geral (15,6%) quanto na população muito idosa (9,1%), dado que incidem casos de hidrocefalia primária, mas também casos associados a outras doenças.
Conclusão: O presente estudo descreve o perfil epidemiológico de pacientes idosos operados em um serviço de referência geriátrico privado. O traumatismo cranioencefálico é o diagnóstico mais frequente, reforçando a necessidade de intervenção preventiva nesta população. Outros diagnósticos podem estar subestimados devido à fragilidade dos pacientes impedir a realização de procedimentos neurocirúrgicos não emergenciais.