Hematomas epidurais pequenos de ponta de temporal bilateral em pacientes vítimas de traumatismo cranioencefálico leve e grave

Introdução: Sabe-se que pequenos Hematomas Epidurais (HED) sem lesão expansiva significativa podem ser tratados de forma não cirúrgica. Tomografias (TC) seriadas e acompanhamento clínico são necessários, aumentando os custos de assistência e a exposição à irradiação ionizante. O aumento tardio de um HED é uma ocorrência clínica bem reconhecida. HED agudos traumáticos são mais frequentemente localizados nas regiões temporais e temporoparietais em comparação a outras localizações. Onuma et al., 1993 registraram na literatura dois pacientes com HEPT bilateral em uma casuística de 288 casos de hematomas epidurais, constituindo 0,69% de todos os pacientes, não referindo importância especial a este tipo de lesão.

Apresentação dos casos: Caso 1: Paciente masculino, 40 anos, vitima de acidente com motocicleta. Admitido em ECGLa 6, pupilas isocóricas e fotorreativas, estável hemodinamicamente. A TC de crânio revelou fraturas de temporal, asa maior do esfenoide, e parede lateral de órbita à direita, e parede lateral de órbita à esquerda, e hematomas epidurais de ponta anterior de temporal bilateral, a espessura à direita 18,9 mm e a esquerda 12 mm. Associado ao hematoma direito havia um hematoma epidural temporal lateral de 20,9 mm de espessura. Diante do quadro clínico, foi realizada craniotomia frontotemporal direita com exérese do hematoma lateral. O Paciente evoluiu com sepse de foco pulmonar e óbito. Havia programação de embolização da artéria meníngea média a esquerda para tratar o epidural deste lado. Caso 2: Paciente 44 anos, masculino, vítima de atropelamento por automóvel, deu entrada no pronto-socorro com ECGLa 14. TC inicial revelou hematoma epidural de ponta de temporal bilateral. Angiografia cerebral seletiva e embolização da artéria meníngea média direita. A angiografia cerebral seletiva da artéria meníngea média esquerda revelou um blush coroideo, significando que a perfusão da artéria oftálmica e da artéria central da retina tendo como origem embriológica a artéria meningea média.

Conclusão: Desse modo, não foi possível a embolização do lado esquerdo. Paciente seguiu em acompanhamento ambulatorial, repetida Tomografia 1 ano após o traumatismo, revelando resolução das lesões intracranianas. O HED pequeno de ponta de temporal é diagnóstico raro, mas requer observação cuidadosa da TC para sua identificação. O desfecho final desses pacientes é variável, sendo de extrema importância o conhecimento dessa patologia para correta condução dos casos.