CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673031
E-Poster – Trauma
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Hemicraniectomia descompressiva e herniação cerebral intraoperatória intratável: o uso de folha plástica, semelhante a bolsa de bogotá, para fechamento temporário do escalpo. Série de quatro casos

Marcius Benigno Marques Dos Santos
1   Universidade Estadual do Oeste do Paraná
,
Orival Alves
1   Universidade Estadual do Oeste do Paraná
,
Stenio Henrique Alves De Souza
1   Universidade Estadual do Oeste do Paraná
,
Marcelo Alvarez Rodrigues
1   Universidade Estadual do Oeste do Paraná
,
Marcos Henrique Lima Galles
1   Universidade Estadual do Oeste do Paraná
,
Álvaro Moreira Da Luz
1   Universidade Estadual do Oeste do Paraná
,
Helber Alves Perez
1   Universidade Estadual do Oeste do Paraná
,
Fernando Dos Anjos Schmitz
1   Universidade Estadual do Oeste do Paraná
,
Layara Lenardon
1   Universidade Estadual do Oeste do Paraná
,
William Rombaldo
1   Universidade Estadual do Oeste do Paraná
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Apresentação dos casos: A: C.I.R.L., masculino, 21 anos, colisão automobilística/ônibus, politrauma grave, Glasgow 6T. Realizado hemicraniectomia descompressiva (HD) esquerda, esvaziamento de hemorragia subaracnóidea esquerda, duroplastia e interposição de plástico estéril e fechamento temporário do escalpo. Internação de 131 dias. Após 104 dias retirou-se o plástico estéril procedendo o fechamento do escalpo. Evoluiu com Glasgow 14 e hemiplegia esquerda. B: G.C.P., masculino, 07 anos, colisão automóvel × caminhão, TCE grave, Glasgow 3T. Craniectomia primária em outro serviço. Posterior ampliação da craniectomia e duroplastia. Feita interposição de plástico estéril para fechamento temporário do escalpo (duas intervenções). Internação total 399 dias. Primeira folha plástica permaneceu por 40 dias, retirada para desbridamento.

Método: Após mais 69 dias procedeu-se rotação de retalho com enxerto de pele de coxa esquerda e fechamento do escalpo. Evoluiu para deambulação com auxílio, Glasgow 14 e hemiparesia direita. C: J.D.R.S., masculino, 43 anos, acidente vascular encefálico isquêmico (AVCI) do território da artéria cerebral média direita, Glasgow 8T. Após três dias efetuou-se HD direita, duroplastia com periósteo e interposição de plástico estéril para fechamento temporário do escalpo. Internação de 111 dias. Craniectomia no dia do internamento. Permanência da folha plástica por 86 dias. Cranioplastia, reconstrução couro cabeludo e duroplastia no mesmo tempo. Óbito após 25 dias do fechamento. D: A.N.C., masculino, 51 anos, AVCI de artéria cerebral média esquerda, Glasgow 5T. Após um dia procedeu-se HD esquerda, duroplastia e interposição de plástico estéril com fechamento temporário de escalpo. Internação de 28 dias. Permanência com a folha plástica por 27 dias. Morte encefálica constatada ainda com o enxerto. Os benefícios agudos da craniectomia descompressiva estão bem estabelecidos na gestão da hipertensão intracraniana (HIC), entretanto, estudos mais recentes questionam resultados a longo prazo.

Conclusão: Este trabalho relata uma série de 4 casos de descompressão e oclusão temporária do escalpo com tela plástica estéril, devido a impossibilidade de fechamento primário do flap. Os resultados deste trabalho permanecem condizentes com o que há na literatura. A técnica descrita é uma opção de oclusão temporária da craniectomia na presença de edema cerebral que não permite o fechamento primário, e necessita de maiores aperfeiçoamentos.