CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673012
E-Poster – Pediatrics
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Acessos transumbilicais não laparoscópicos em shunts ventriculoperitoneais: experiência de serviço de neurocirurgia pediátrica

Tiago de Paiva Cavalcante
1   Hospital de Urgências de Sergipe – HUSE
2   Universidade Tiradentes
,
Luan Messias Magalhães
1   Hospital de Urgências de Sergipe – HUSE
2   Universidade Tiradentes
,
Carlos Alberto Miranda Lyra
1   Hospital de Urgências de Sergipe – HUSE
2   Universidade Tiradentes
,
Diego Henrique Gois Pereira
1   Hospital de Urgências de Sergipe – HUSE
2   Universidade Tiradentes
,
Cidson Leonardo da Silva Junior
1   Hospital de Urgências de Sergipe – HUSE
2   Universidade Tiradentes
,
Rilton Marcus Morais
1   Hospital de Urgências de Sergipe – HUSE
2   Universidade Tiradentes
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: Mesmo com avanços nas técnicas endoscópicas as Derivações Ventriculoperitoneais (DVP) continuam o principal tratamento cirúrgico nas hidrocefalias. Técnicas de introdução do cateter na cavidade peritoneal variam pelo mundo. Vias esteticamente melhores são importantes sobretudo nas crianças, pela presença de cicatrizes em uma área do corpo exposta como a parede abdominal.

Objetivo: Demonstrar a experiência em um serviço de neurocirurgia pediátrica na peritonização dos cateteres através da via transumbilical mediana e paramediana por técnica não laparoscópica e as complicações da técnica em 06 meses.

Método: Avaliação prospectiva dos casos operados entre março de 2014 e novembro de 2017, em pacientes com até 12 anos de idade, submetidos a DVP, com peritonização por via transumbilical paramediana e mediana. Características demográficas, etiológicas, do procedimento cirúrgico e complicações (infecções, hérnias e deiscências) precoces e em 06 meses foram avaliadas. Pacientes com história de meningite, cirurgias para revisão de shunts anteriores foram excluídos. O restante da técnica da DVP foi a mesma em todos os casos e com o mesmo neurocirurgião.

Resultados: Durante esse período, 41 crianças foram submetidas a DVP (19H/22M; 13,9 ± 34,5 meses de idade [0,1 a 132], por via transumbilical. 30 pela via paramediana e 11 mediana. O tempo médio cirúrgico da via transumbilical mediana foi em média 9 minutos mais rápida que a periumbilical (37,09 min × 46,46 min respectivamente). As etiologias foram hidrocefalia por hemorragia da prematuridade (3), hidrocefalia obstrutiva por tumor cerebral (4), hidrocefalia neonatal não infecciosa/hemorrágica (20), hidrocefalia secundaria a hemorragia no termo (1), hidrocefalia em mielomeningocele (10), estenose de aqueduto (2). Em 06 meses de seguimento 6 pacientes apresentaram complicações inerentes ao procedimento (04 casos de meningites/ 02 obstruções proximais), sem qualquer caso de infecção/deiscência/hérnias abdominais secundarias ao acesso.

Conclusão: Apesar de ser uma questão secundaria no tratamento das hidrocefalias pediátricas, a escolha de vias de acesso ao peritônio que propiciem um bom resultado estético, deve ser buscada, reduzindo a estigmatização das crianças com shunt ventriculoperitoneal, e proporcionando chance de maior aceitação social e familiar.