CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672999
E-Poster – Pediatrics
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Plexectomia microcirúrgica em crianças hidranencéfalas: relato de caso

Camila Rodrigues Ribeiro
1   Centro Universitário de Brasília
,
Talita Trindade França
1   Centro Universitário de Brasília
,
Rafael Ramos Amaral
1   Centro Universitário de Brasília
,
Gabriel Araujo Bucar
1   Centro Universitário de Brasília
,
Victor Costa Wichrowski
1   Centro Universitário de Brasília
,
Pedro Lemgruber Xavier Mattoso Pavie
1   Centro Universitário de Brasília
,
Vitor Coletty dos Santos
1   Centro Universitário de Brasília
,
Eduardo Siqueira Waihrich
1   Centro Universitário de Brasília
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Apresentação do caso: Apresentamos a experiência no uso de abordagem de plexectomia microcirúrgica para tratamento da hidrocefalia sem uso de shunts. Foram 3 casos consecutivos de pacientes portadores hidranencefalia, diagnosticado por tomografia computadorizado de crânio, tratado com plexectomia microcirurgia. A média de idade momento operatório foi de 3 anos, a média do perímetro cefálico de 44,3. O tempo cirúrgico médio foi de 45 min, não houve necessidade de transfusão sanguínea. Um paciente apresentou crises convulsivas reentrantes no pós-operatório controlado com uso de medicação. Não houve complicação infecciosa no pós-operatório. O perímetro cefálico no seguimento ambulatorial em 6 meses apresentou crescimento de 0,27 cm ao mês.

Discussão: A hidranencefalia é uma anomalia congênita, na qual os hemisférios cerebrais do neonato estão ausentes, sendo substituídos por sacos de leptomeninges, repletos de liquido cefalorraquidiano. A sobrevida média dos pacientes portadores de hidranencefalia é de aproximadamente 1 ano de idade, podendo ultrapassar extensivamente esse limiar se devidamente ocorrer assistência precoce. Tendo em vista que o perímetro cefálico permanece em progressão, esses pacientes são frequentemente submetidos a derivações ventriculares para controle do crescimento, o que resulta em inúmeras complicações, como fístulas liquórica, infecções do sistema nervoso central, disfunções do sistema de derivação e escaras sobre os reservatórios. Essas complicações levam à necessidade de múltiplas cirurgias para revisões e/ou trocas dos sistemas de derivações e antibioticoterapias por períodos prolongados com alto risco ao paciente e custos bastante elevados para o sistema de saúde.

Comentários finais: A plexectomia microcirúrgica se mostrou um procedimento seguro e efetivo para o controle do perímetro cefálico nessa limitada serie de 3 pacientes portadores de hidranencefalia. A técnica pode ser uma alternativa segura para uso de shunts evitando suas complicações. Estudos maiores se fazem necessários para confirmações desses dados.