CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672998
E-Poster – Pediatrics
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Perfil epidemiológico da cirurgia de cranioestenose em nosso serviço

Pablo Ramon Fruett Da Costa
1   Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre
,
Marcelo Paglioli Ferreira
1   Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre
,
Marcus Vinicius Martins Collares
1   Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: Segundo a literatura, não se sabe a real incidência da cranioestenose, entretanto o perfil epidemiológico das suturas envolvidas demonstra uma maior incidência de acometimento da sutura sagital, corornal, metópica e lambdoide, respectivamente nesta ordem.

Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico do nosso serviço de 1991 até 2017 e comparar com a literatura atual.

Método: Analisamos o prontuário de todos os pacientes operados pela mesma equipe, em diversos hospitais, do ano de 1991–2017. Forma inclusos pacientes com cranioestenose sindrômica e não sindrômica. Todos os pacientes foram operados pela mesma equipe composta por neurocirurgiões e cirurgiões craniomaxilofaciais.

Resultados: A amostra consistia de 208 pacientes, destes (H: 121 M: 87). As síndromes envolvidas foram a Escafocefalia (n: 85, 40,8%), Trigonocefalia (n: 53, 25,4%), Plagiocefalia (n: 37, 17,8%), Braquicefalia (n: 26, 8%), Oxicefalia (n: 7, 3,36%). A taxa de mortalidade foi de 1,4% (n: 3).

Discussão: Segundo a literatura, a real incidência de cranioestenose não é conhecida, mas é estimada em torno de 1 a cada 2.500 nascimentos. Destas, de 40–60% são escafocefalia, 20–30% Plagiocefalia, Trigonocefalia 10–20% e as demais apresentam uma incidência menor que 10% por serem mais raras e muitas vezes associadas a síndromes. Nossos dados epidemiológicos são semelhantes ao da literatura internacional, entretanto foi observada em nossa casuística uma maior incidência de Trigonocefalia e menor de Plagiocefalia. Em decorrência das cranioestenoses não sindrômicas não terem fatores de risco específicos para cada tipo de cranioestenose, não é possível explicar fisiopatologicamente o motivo discrepância com a literatura, ficando atribuída a algum fator populacional. Foi observado também que quanto mais tardiamente na série foram operados os pacientes, menor era a taxa de complicações. Isso deve-se tanto ao acumulo de experiência pela equipe, quanto pelos avanços nas técnicas de anestesia e cuidados intensivos pós-operatórios.

Conclusão: Nosso serviço possui uma grande casuística no tratamento de cranioestenoses, o que se traduz em melhor resultado técnico e menor morbimortalidade para os pacientes submetidos a cirurgia de correção da deformidade craniofacial.