CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672997
E-Poster – Pediatrics
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Hidrocefalia após meningioma intraventricular na infância: um relato de caso

Yuri Estevam Bandeira
1   HCFMUSP
,
Matheus Miranda Mendes
1   HCFMUSP
,
Manoel Jacobsen Teixeira
1   HCFMUSP
,
Fernando Campos Gomes Pinto
1   HCFMUSP
,
Ricardo Ferrareto Iglesio
1   HCFMUSP
,
Saul Almeida da Silva
1   HCFMUSP
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: Tumores intraventriculares na idade pediátrica são raros. Independente da técnica utilizada, o objetivo é ressecção macroscópica total, geralmente sucedida de bons resultados. Nosso paciente apresentou-se com cefaleia retroorbitaria progressiva, em poucos dias evoluindo com vômitos, sem déficits motores. O diagnóstico da lesão intraventricular foi realizado em 1976, por arteriografia. Foi operado neste mesmo ano sem intercorrências, associado à realização de terceiro ventriculostomia endoscópica. Necessitou de uso de derivação ventriculoperitoneal futuramente, utilizava uma válvula de média pressão. Em 2017, iniciou sintomas de enurese, piora cognitiva e dificuldade para marcha, com TAP test apresentando avaliação favorável a cirurgia. Esta foi realizada em abril de 2018, troca de válvula de média para baixa pressão.

Objetivo: Demonstrar um exemplo de evolução satisfatória em paciente que possuía um meningioma em corno frontal do ventrículo lateral direito aos sete anos de idade e evolução pós-operatória com dilatação ventricular e realização de derivação liquórica. Ilustrar citando as ferramentas utilizadas em nossa prática para seguimento desses pacientes.

Métodos: Relato de um paciente em acompanhamento pelo Grupo de Hemodinâmica Cerebral, divisão de Neurocirurgia funcional, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. O paciente foi avaliado por equipe multidisciplinar composta por terapia ocupacional, nutrição, neuropsicologia, fonoaudiologia, fisioterapia e musicoterapia.

Discussão: A frequência de tumores pediátricos é rara e a manifestação de hidrocefalia pós-operatória mais incomum ainda. Nosso paciente realizou quatro cirurgias no total, um episódio de ventriculite e foi capaz de manter sua funcionalidade ao longo dos anos. Reitera-se a necessidade de acompanhamento terciário e multidisciplinar destes pacientes, por tempo indefinido, devido à natureza errática de surgimento de sintomatologia relacionada à disfunção valvular, como hipo ou hiperdrenagem, obstrução ou infecção do sistema. A visão holística e multissistêmica alcançada trabalhando com equipe especializada favorece a conciliação de tratamentos para controle de comorbidades, reabilitação e detecção precoce de sinais sutis de mal funcionamento dos sistemas de derivação.