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DOI: 10.1055/s-0038-1672962
Punção transfontonela guiada por USG em pacientes com mielomeningocele sem ventriculomegalia: nota técnica e indicações
Publication History
Publication Date:
06 September 2018 (online)
Introdução: A Punção ventricular transfontonela é um dos procedimentos mais utilizados na neurocirurgia e usualmente feito sem dispositivos como guia. Na Mielomeningocele lombar há a impossibilidade técnica de se realizar a punção através da técnica lombar. Em casos de pacientes que evoluem com necessidade de estudo de liquor e apresentam ventrículos laterais de pequeno volume há dificuldade em conseguir realizar a punção baseado apenas em pontos anatômicos o que expõe o paciente a repetidas punções e muitas vezes ao tratamento empírico.
Objetivo: O objetivo deste estudo é expor as dificuldades técnicas ao tentar realizar a punção transfontonela diagnóstica em crianças portadoras de mielomeningocele sem ventriculomegalia e descrever uma técnica alternativa que facilite sua execução.
Método: Trata-se de um estudo observacional descritivo. Foram selecionados casos de recém-nascidos a partir de setembro de 2017 com mielomeningocele lombar submetidos à correção cirúrgica que evoluíram com necessidade de estudo de liquor e não apresentavam ventriculomegalia. Esses pacientes foram submetidos a estudo ultrassonográfico e puncionados sob visualização direta do ventrículo.
Resultados: Foram observados 5 casos até o momento de recém-nascidos que preencheram os critérios de inclusão. Esses pacientes foram submetidos à correção da mielomeningocele. Todos eles evoluíram com necessidade de investigação liquórica, pois apresentaram febre sem sinal localizatório após extensa investigação, restando afastar-se meningite como causa da infecção. O probe foi inserido em uma capa estéril; feita assepssia e antissepsia na pele; realizado a punção transfontonela através da fontonela anterior guiada por USG com probe convexo com apoio de radiologista usando uma janela coronal; o transdutor é ajustado de forma que a trajetória da agulha seja visualizada no monitor; em todos os casos foi possível obter amostras na primeira tentativa de punção, outrora não conseguidas através de punção às cegas.
Conclusão: O método de punção transfontonela guiada por USG mostrou-se capaz de fornecer um meio para aquisição de material para estudo de liquor em pacientes com grande dificuldade técnica de aquisição. Descrevemos um método simples e preciso de guiar as punções transfontanela ventriculares por ultrassom em tempo real. Cabe agora realizar novos estudos para avaliar a acurácia deste e outros métodos ultrassônicos sobre as punções “às cegas” realizadas até agora.