CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672958
E-Poster – Pediatrics
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Tumores hipofisários em crianças: série de casos

Danielle de Lara
1   Hospital Santa Isabel
,
Filipe Laurindo Cabral
1   Hospital Santa Isabel
,
Leandro José Haas
1   Hospital Santa Isabel
,
Celso Itibere Carvalho Bernardes
1   Hospital Santa Isabel
,
Vitor Hugo Tamiosso Boer
1   Hospital Santa Isabel
,
Luis Renato Garcez de Oliveira Mello
1   Hospital Santa Isabel
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: Os tumores da glândula hipófise são raros durante a infância. Os adenomas hipofisários representam 2,7% de todos os tumores supratentoriais em crianças e os carcinomas hipofisários são extremamente incomuns. Embora esporádicos, esses tumores podem aparecer nessa faixa etária, desafiando os profissionais de saúde devido às suas características endócrinas e neurológicas, diversas dos tumores que surgem em pacientes adultos. Essas características específicas e sua raridade podem retardar o diagnóstico, aumentando a morbimortalidade. Além disso, existem poucos estudos relatando o perfil dos tumores hipofisários nessa faixa etária.

Métodos: Foi realizada uma análise retrospectiva de todos os tumores hipofisários, tratados cirurgicamente em nossa instituição de 2012 a 2017. Todos os pacientes com idade inferior a 18 anos, no momento do procedimento cirúrgico, foram selecionados. Sexo, idade, tamanho do tumor, características histopatológicas, sintomas e tempo desde os primeiros sintomas até o diagnóstico foram avaliados.

Resultados: De todos os 178 tumores de hipófise tratados cirurgicamente em nossa instituição no periodo selecionado, oito pacientes preencheram os critérios de inclusão do estudo (4,49%). A maioria dos tumores ocorreu em pacientes do sexo masculino (75%), com média de idade de apresentação de 14 anos de vida. Sete pacientes apresentavam adenoma hipofisário, sendo a maioria macroadenomas. Um paciente teve um linfoma primário da hipófise. Entre os pacientes com adenomas, 3 eram prolactinomas, um era um adenoma não funcionante e dois tinham doença de Cushing. Apesar da variedade de características hormonais, as queixas mais frequentes foram à falência do crescimento e a puberdade tardia, incluindo o paciente com linfoma hipofisário. Houve um tempo médio de 15 meses entre os sintomas iniciais e o diagnóstico do tumor na hipófise.

Conclusão: Embora raros, os tumores hipofisários devem ser lembrados em crianças, especialmente naqueles com falha de crescimento. Um esforço interdisciplinar, especialmente com a endocrinologia e pediatria, parece ser fundamental, a fim de estabelecer um diagnóstico precoce e preciso, aumentando as chances de cura cirúrgica.