CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672925
E-Poster – Oncology
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

A importância do estudo imuno-histoquímico no diagnóstico de tumor fibroso solitário: relato de caso

Victor Ribeiro Xavier Costa
1   Universidade Federal da Paraíba
2   Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba
,
Rodrigo Marmo da Costa e Souza
1   Universidade Federal da Paraíba
2   Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba
,
Anna Beatriz Temoteo Delgado
1   Universidade Federal da Paraíba
2   Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba
,
Caio César Vaz Lacet Gondim
1   Universidade Federal da Paraíba
2   Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba
,
Débora Costa Marques
1   Universidade Federal da Paraíba
2   Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba
,
Diego Pereira de Melo Oliveira
1   Universidade Federal da Paraíba
2   Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba
,
Inaê Carolline Silveira da Silva
1   Universidade Federal da Paraíba
2   Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba
,
João Pedro Santos Albuquerque
1   Universidade Federal da Paraíba
2   Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba
,
Pedro Hugo Vieira da Silva
1   Universidade Federal da Paraíba
2   Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba
,
Vinicius Paiva Cândido dos Santos
1   Universidade Federal da Paraíba
2   Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Apresentação do caso: Mulher de 27 anos, apresentada ao Departamento de Neurocirurgia de um hospital oncológico da cidade de João Pessoa – PB, em 2016, com cefaleia progressiva e vômitos, 1 ano após ser operada em outro serviço. Ressonância magnética mostra lesão falcina no terço médio do seio sagital superior. A cirurgia foi realizada e o material foi enviado para biópsia no serviço de patologia. O estudo histopatológico resultou em neoplasia fusocelular permeada por vasos de padrão hemangiopericítico, que, juntamente com o estudo imuno-histoquímico, revelou CD34 (QbEnd/10) e BCL-2 (124) positivo, S-100, EMA (E29) e negativo para HUC-1. O diagnóstico de tumor fibroso solitário intracraniano (TFS) foi confirmado e o paciente evoluiu sem déficit neurológico.

Discussão: TFS são neoplasias mesenquimais de células fusiformes, com sítio pleural frequente. O acometimento extrapleural é incomum, sendo ainda mais raro quando no sistema nervoso central (SNC), com o primeiro caso relatado na literatura em 1996. Os poucos casos que relatam TFS no centro do tecido geralmente descrevem a localização na medula espinhal. A literatura relata que TFS do SNC correspondem a cerca de 0,09% dos tumores meníngeos. O TFS intracraniano pode ser confundido com meningioma e hemangiopericitoma, devido a semelhanças radiológicas e histológicas, o que torna o estudo imuno-histoquímico obrigatório quando suspeitado. Enquanto TFS tem uma forte e difusa positividade para CD34 entre 80–100% dos casos, com positividade frequente para BCL-2 e negatividade para S-100 e EMA, a intensidade e extensão da positividade para CD34, quando presente, entre os hemangiopericitomas é geralmente fraco e irregular. Além disso, os meningiomas são frequentemente (80%) positivos para EMA e negativos para CD34. Embora o caso apresente um padrão histológico de hemangiopericitoma, apresenta um perfil imuno-histoquímico típico de TFS, essencial para o diagnóstico.

Comentários Finais: A SFT é uma entidade relativamente nova e o conhecimento sobre ela ainda é limitado. O diagnóstico de TFS baseia-se principalmente no perfil imuno-histoquímico, uma vez que faz diagnóstico diferencial com meningioma e hemangiopericitoma.