CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672918
E-Poster – Oncology
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Tempestade tireoidiana após ressecção de adenoma hipofisário secretor de TSH: um raro desafio pós-operatório

Danielle de Lara
1   Hospital Santa Isabel
,
Mateus Guerra
1   Hospital Santa Isabel
,
Amanda Maieski
1   Hospital Santa Isabel
,
Aline Geisler
1   Hospital Santa Isabel
,
Stephanie Lindner
1   Hospital Santa Isabel
,
Leandro José Haas
1   Hospital Santa Isabel
,
Luis Renato Garcez de Oliveira Mello
1   Hospital Santa Isabel
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: Tireotropinomas são tumores muito raros. Sua incidência é de cerca de 0,5% a 2% de todos os adenomas hipofisários, uma prevalência de aproximadamente 1 caso por milhão. Pacientes com adenomas produtores de TSH geralmente apresentam sinais clínicos de hipertireoidismo, mas a ocorrência de tempestade tireoidiana por tireotropinomas é extremamente atípica. Relatamos um caso raro de tempestade tireoidiana causada por um adenoma produtor de TSH em uma mulher de 27 anos de idade.

Relato de caso: Paciente inicialmente se apresentou ao ambulatório geral com queixas de insônia, sudorese excessiva e queda de cabelo. Os exames de sangue mostraram secreção inapropriada de TSH com TSH sérico: 38,14 μU/mL e T4 livre: 0,49 ng/dL. Ela foi inicialmente tratada para hipotiroidismo. Três meses após o início do tratamento, novos testes de função tireoidiana evidenciaram níveis basais de T3: 19,23 ng/dL, T4: de 28,2 ng/dL e TSH sérico de 323,4 μU/mL. Ela foi então encaminhada para o Departamento de Endocrinologia e outros testes foram realizados. A ressonância magnética (RM) revelou um macroadenoma hipofisário, estendendo-se até a cisterna suprasselar, com diâmetro máximo de 16 mm. A paciente foi admitida no hospital e uma ressecção endoscópica transesfenoidal endonasal foi realizada. A cirurgia transcorreu sem intercorrências, mas 1 dia após o procedimento, a paciente apresentou confusão mental, hipertermia, hipertensão e taquicardia. O diagnóstico de tempestade tireoidiana foi estabelecido e manejado com sucesso com propranolol, esteroides, midazolam e iodeto de potássio. A análise imuno-histoquímica do tumor foi positiva para TSH e Prolactina. Os exames de sangue pós-operatórios mostraram níveis de TSH, FT4 e FT3 retornados às linhas basais.

Conclusão: Os tireotropinomas são tumores muito incomuns e a tempestade tireoidiana relacionada a eles é ainda mais rara. Embora extremamente infrequentes, os tireotropinomas devem ser considerados como causa da tempestade tireoidiana. Avaliação e manejo multidisciplinar são fundamentais para uma boa evolução.