CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672909
E-Poster – Oncology
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Atividade das metaloproteinases 2 e 9 e padrões de padrões tumoral pela fluoresceína em cirurgias para gliomas encefálicos

R. J. V. Barbosa
1   Hospital da Restauração
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: Astrocitomas malignos (AM) têm evolução devastadora. Cirurgia para retirada completa é central no tratamento. O uso transoperatório da fluoresceína serve para aumentar a ressecção, criando uma intensidade de amarelo na neoplasia diferente do cérebro normal.

Método: Quebra da barreira hematoencefálica pode ser a causa da permanência desse corante no tumor, e alguns marcadores de invasividade e neoangiogênese, como as MMP-2 e MMP-9, podem estar implicados na efetividade da fluoresceína e nas características radiológicas e grau tumoral. Neste ensaio, buscou-se entender características radiológicas, moleculares e de coramento da fluoresceína nas cirurgias de AM. A fluoresceína foi randomizada e as amostras foram retiradas em quatro momentos da cirurgia: após a durotomia, ao encontrar a pseudocápsula, na retirada do core e após ressecção.

Resultados: Análise radiológica e histológica duplo-cega foi feita, além de avaliação visual da imuno-histoquímica (IHQ) para MMP-2 e 9. O coramento por fluoresceína foi medida com ImageJ e escala visual. 73 pacientes foram incluídos, mas 31 ficaram para análise. 18 pessoas receberam fluoresceína (13 controles). Os grupos foram iguais no volume e necrose. Houve 22 casos de AM de alto e baixo graus, 2 casos de metástase, 2 malignos inconclusivos (MI) 6 de gliose/benigno ou tecido normal e 1 astrocitoma grau I. 3 das 16 amostras do córtex de passagem eram de fato AM, apenas 9 foram de tecido normal esperado. 18 das 28 amostras da pseudocápsula eram AM. As regiões centrais (A3, n = 27), como esperado, tiveram a maior quantidade de AM (n = 17), especialmente grau IV (n = 14). 17 das 21 amostras da substância branca edemaciada, retiradas após o tumor, eram de AM, incluindo 8 graus IV. IHQ para MMP-2 e 9 nas áreas A1 (n = 11) apresentaram maioria de intensidade fraca ou nula, com forte ou moderada quando as histologias foram graus III e MI, nos pacientes grau IV e MI, respectivamente. Nas lâminas com tumor grau IV (n = 16) predominou o coramento forte para MMP-2, enquanto para MMP-9 predominou o fraco ou nulo.

Conclusão: Nos casos graus II e III houve coramento médio ou forte para MMP-2 e fraco para MMP-9. O gadolínio foi mais forte na área de pseudocápsula (18 casos), enquanto no core aconteceu em 10, e em 2 na área infiltrativa. A fluoresceína foi mais forte na pseudocápsula e core do que o córtex. Houve correlação entre o contraste na RM e o coramento pela fluoresceína, que também correspondeu às áreas de maior atividade das MMP-2 e MMP-9 e ao maior grau de malignidade.