CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672906
E-Poster – Oncology
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Ependimoma intradural e extramedular: relato de caso

Raysa Siqueira Vieira
1   UNIVASF
2   Hospital Getulio Vargas
3   FMABC, Faculdade de Medicina do ABC
,
Ricardo Brandao Fonseca
1   UNIVASF
2   Hospital Getulio Vargas
3   FMABC, Faculdade de Medicina do ABC
,
Alyne Oliveira Correia
1   UNIVASF
2   Hospital Getulio Vargas
3   FMABC, Faculdade de Medicina do ABC
,
Tiago Gomes Pires
1   UNIVASF
2   Hospital Getulio Vargas
3   FMABC, Faculdade de Medicina do ABC
,
Claudio H. F. Vidal
1   UNIVASF
2   Hospital Getulio Vargas
3   FMABC, Faculdade de Medicina do ABC
,
Marcos Tobias Machado
1   UNIVASF
2   Hospital Getulio Vargas
3   FMABC, Faculdade de Medicina do ABC
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Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Apresentação do Caso: Paciente com 48 anos de idade, do sexo masculino, foi admitido com quadro álgico em cintura escapular, evoluindo inicialmente com paresia em MSD, progressiva, acometendo posteriormente o MSE, de início 1 ano anterior a admissão. Previamente à admissão, em outro serviço, foi solicitada Eletroneuromiografia de MMSS, que mostrou radiculopatia cervical, mais evidente em C7–C8 à direita. Realizou tratamento clínico, porém com piora do quadro, evoluindo com tetraparesia progressiva, até parada da deambulação. Ao exame, apresentava-se em GSC 15, com hipotrofia de musculatura intrínseca de mãos, tetraparesia flácida grau 2, dor articular à movimentação de membros. Realizou RNM de coluna cervical que evidenciou lesão expansiva intradural e extramedular, ocupando o segmento anterior do canal, medindo cerca de 100 mm de extensão, desde C2–T1, que produziu compressão medular, porém sem hipersinal intramedular. O paciente foi submetido à abordagem cirúrgica por via posterior com exérese completa da lesão. O resultado de avaliação anátomopatológica mostrou-se sugestivo de Ependimoma (GRAU II da OMS), confirmado por imunohistoquímica. Paciente recebeu alta com melhora parcial do quadro, em GSC 15, tetraparesia grau 3.

Discussão: Os ependimomas constituem cerca de 60 % dos tumores espinais intramedulares, no entanto, a localização intradural e extramedular dessas lesões é rara. Ependimomas comumente tem uma localização intramedular, pois derivam de células ependimárias, localizadas no canal central do cordão espinhal. A incidência é maior na idade adulta e com predileção pelo sexo feminino. O sítio mais comum de ocorrência é no segmento torácico da coluna vertebral. A RNM é o método de escolha na maioria dos casos. A exérese cirúrgica completa faz-se possível na maioria dos casos, tendo em vista se tratar de lesões encapsuladas, bem vascularizadas, porém pouco aderidas ao cordão espinhal, raízes ou dura-máter. Em nosso caso, realizou-se uma abordagem por via posterior, com exérese completa da lesão, sem déficits adicionais. A importância do seguimento após procedimento justifica-se pelo risco de recorrência e transformação maligna dessas lesões.

Comentários Finais: Os ependimomas devem ser incluídos como diagnóstico diferencial das lesões intradurais e extramedulares, ressalta-se que a exérese completa da lesão é o tratamento padrão-ouro, seguido de radioterapia adjuvante nos casos que cursem com transformação maligna.