CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672892
E-Poster – Oncology
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Evolução de pacientes submetidos à embolização pré-operatória de tumores cerebrais em relação aos não submetidos

Osvaldo Pereira da Costa Sobrinho
1   Universidade Federal do Ceará
2   Hospital Geral de Fortaleza
3   Stereotactic Fellowship HCor Neurociência
,
Rafael Costa Lima Maia
1   Universidade Federal do Ceará
2   Hospital Geral de Fortaleza
3   Stereotactic Fellowship HCor Neurociência
,
Tiago Silva Holanda Ferreira
1   Universidade Federal do Ceará
2   Hospital Geral de Fortaleza
3   Stereotactic Fellowship HCor Neurociência
,
Lucas Alverne Freitas de Albuquerque
1   Universidade Federal do Ceará
2   Hospital Geral de Fortaleza
3   Stereotactic Fellowship HCor Neurociência
,
Edson Lopes Júnior
1   Universidade Federal do Ceará
2   Hospital Geral de Fortaleza
3   Stereotactic Fellowship HCor Neurociência
,
Sérgio Luís Vale de Melo
1   Universidade Federal do Ceará
2   Hospital Geral de Fortaleza
3   Stereotactic Fellowship HCor Neurociência
,
Stélio da Conceição Araújo Filho
1   Universidade Federal do Ceará
2   Hospital Geral de Fortaleza
3   Stereotactic Fellowship HCor Neurociência
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: Há questionamentos sobre as reais vantagens da embolização de tumores cerebrais (TU) via radiologia intervencionista. O objetivo desse estudo foi avaliar a evolução dos pacientes submetidos a embolização tumoral pré-operatória (ETPO) em relação aos não submetidos ao procedimento em um hospital terciário.

Método: Realizamos estudo retrospectivo analisando 627 prontuários de pacientes operados por TU nos anos de 2014 a 2016. Observou-se se houve ou não embolização pré-operatória; em caso de embolização, qual o tipo de TU; além dos seguintes aspectos no tocante a realização (sim ou não) de embolização: chance de infecção (CI), maior chance de não ser extubado precocemente (NEP), tempo de internamento na UTI pós-operatória (UTIPO), tempo total de internamento (TTI), tempo cirúrgico (TC), chance de óbito, necessidade de reinternamento ou de cirurgia de urgência no período estudado.

Resultados: As análises foram efetuadas com o SPSS para Windows e GraphPad Prism com nível de significância estática em p < 0,05. Verificou-se que 5,6% do TUs operados (N = 35) foram submetidos a ETPO. Nesse grupo a média de idade foi de 50,11, variando de 18–79, com mediana de 50 e desvio padrão de 14,98. Pacientes com meningiomas correspondiam a 68,6% (N = 24), com adenomas hipofisários a 8% (N = 3), com hemangioblastomas a 8% (N = 3), metástases a 6% (N = 2), enquanto houve um caso schwannoma do acústico, um de paraganglioma e um de hemangiopericitoma (3% cada). Esses pacientes tiveram mais CI (p = 0,036; OR = 2,090; IC = 1,050–4,161), maior chance de NEP (p = 0,005; OR = 2,709; IC = 1,349–5,437), maior tempo de UTIPO (p = 0,001), maior TTI (p = 0,000) e maior TC (p = 0,019). Não foi possível estabelecer relação estatística com chance de óbito (p = 0,369), necessidade de reinternamento (p = 0,732) ou de cirurgia de urgência (p = 0,224).

Conclusão: Diante dos resultados encontrados é importante frisar que no nosso serviço os pacientes encaminhados para ETPO apresentam TUs de abordagem mais complexa e com maior risco de sangramento, o que pode representar importante viés, já que isso que leva a uma evolução mais intricada. Há autores que defendem que a ETPO diminui o sangramento intraoperatório e melhora o grau de ressecção, como nos meningiomas, sendo necessárias grandes séries randomizadas para corroborar essa afirmação.