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DOI: 10.1055/s-0038-1672880
A ressonância magnética funcional traz benefício no planejamento cirúrgico para tumores cerebrais em aéreas críticas?
Publication History
Publication Date:
06 September 2018 (online)
Introdução: A cirurgia neurológica em estruturas cerebrais funcionalmente relevantes (não plásticas ou “críticas”) está associada a alto risco de déficit neurológico. A ressonância magnética funcional (RMf) permite mapear funções cerebrais importantes de maneira não invasiva, porém sua eficácia em aumentar a segurança do procedimento cirúrgico ainda não está plenamente estabelecida.
Objetivo: Analisar o possível benefício que a RMf adiciona ao planejamento pré-operatório para exérese de tumores gliais que comprometem áreas cerebrais críticas (para motricidade e linguagem).
Método: Estudo retrospectivo de 43 pacientes com tumores gliais submetidos à exérese tumoral desde janeiro 2013 até fevereiro 2018, no Hospital das Clínicas e ICESP da FMUSP. Foram obtidos os dados de 22 pacientes com lesões em áreas cerebrais críticas para linguagem ou motricidade nos quais foi indicada a realização de fRMI pré-operatória como parte do planejamento cirúrgico, e 21 casos consecutivos de pacientes que apresentavam lesões que não comprometiam áreas eloquentes nos quais o planejamento cirúrgico foi baseado em estudo convencional de ressonância magnética, pareados por tamanho do tumor, idade e tratamento. O estado funcional pré-operatório e pós-operatório dos pacientes foi avaliado por meio das escalas Karnofsky Performance Score (KPS) e The Eastern Cooperative Oncology Group (ECOG). Foram comparados os valores de KPS, ECOG pré-operatório e pós-operatório, bem como a ocorrência de novo déficit no pós-operatório pelo método de Chi-quadrado de Pearson.
Resultados: Não encontramos diferenças no que diz respeito a ECOG (p = 0,7772), KPS (p = 0,4961), ou ocorrência de novos déficits pós-operatórios (p = 0,2904) entre os dois grupos analizados.
Conclusão: Nossos dados indicam que a RMf pode aumentar a segurança do planejamento cirúrgico a ponto de permitir resultados funcionais semelhantes entre pacientes com tumores e áreas críticas ou não críticas.