CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672880
E-Poster – Oncology
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

A ressonância magnética funcional traz benefício no planejamento cirúrgico para tumores cerebrais em aéreas críticas?

Martha Natalia Burgos Morales
1   Hospital das Clínicas
,
João Paulo Souza De Castro
1   Hospital das Clínicas
,
Paula Arantes
1   Hospital das Clínicas
,
Iuri Neville
1   Hospital das Clínicas
,
Manoel Jacobsen Teixeira
1   Hospital das Clínicas
,
Guilherme Alves Lepski
1   Hospital das Clínicas
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: A cirurgia neurológica em estruturas cerebrais funcionalmente relevantes (não plásticas ou “críticas”) está associada a alto risco de déficit neurológico. A ressonância magnética funcional (RMf) permite mapear funções cerebrais importantes de maneira não invasiva, porém sua eficácia em aumentar a segurança do procedimento cirúrgico ainda não está plenamente estabelecida.

Objetivo: Analisar o possível benefício que a RMf adiciona ao planejamento pré-operatório para exérese de tumores gliais que comprometem áreas cerebrais críticas (para motricidade e linguagem).

Método: Estudo retrospectivo de 43 pacientes com tumores gliais submetidos à exérese tumoral desde janeiro 2013 até fevereiro 2018, no Hospital das Clínicas e ICESP da FMUSP. Foram obtidos os dados de 22 pacientes com lesões em áreas cerebrais críticas para linguagem ou motricidade nos quais foi indicada a realização de fRMI pré-operatória como parte do planejamento cirúrgico, e 21 casos consecutivos de pacientes que apresentavam lesões que não comprometiam áreas eloquentes nos quais o planejamento cirúrgico foi baseado em estudo convencional de ressonância magnética, pareados por tamanho do tumor, idade e tratamento. O estado funcional pré-operatório e pós-operatório dos pacientes foi avaliado por meio das escalas Karnofsky Performance Score (KPS) e The Eastern Cooperative Oncology Group (ECOG). Foram comparados os valores de KPS, ECOG pré-operatório e pós-operatório, bem como a ocorrência de novo déficit no pós-operatório pelo método de Chi-quadrado de Pearson.

Resultados: Não encontramos diferenças no que diz respeito a ECOG (p = 0,7772), KPS (p = 0,4961), ou ocorrência de novos déficits pós-operatórios (p = 0,2904) entre os dois grupos analizados.

Conclusão: Nossos dados indicam que a RMf pode aumentar a segurança do planejamento cirúrgico a ponto de permitir resultados funcionais semelhantes entre pacientes com tumores e áreas críticas ou não críticas.