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DOI: 10.1055/s-0038-1672874
Reoperação precoce para gliomas difusos de baixo grau residuais: relato de dois casos e revisão da literatura
Publication History
Publication Date:
06 September 2018 (online)
Introdução: O maior dilema para o tratamento cirúrgico dos gliomas intracerebrais difusos de baixo grau é o balanço entre a máxima exérese possível, a qual implica em significativo aumento da sobrevida, e o risco de morbidades.
Objetivos: Descrever dois casos de pacientes que foram submetidos ao tratamento cirúrgico de gliomas intracerebrais difusos de baixo grau, histologicamente comprovados, para os quais se procedeu à reoperação das lesões residuais precocemente, isto é, na mesma internação.
Métodos: Revisão dos prontuários médicos e revisão da literatura.
Resultados: Caso 1. CVS, sexo masculino, 22 anos, hígido, que apresentou duas crises epilépticas. O exame físico era normal. A ressonância magnética (RM) revelou uma lesão intracerebral no giro frontal superior direito, limitado posteriormente pelo sulco pré-central, compatível com glioma difuso de baixo grau. Propôs-se tratamento cirúrgico que, em razão da proximidade com a área motora primária, foi realizado sob monitorização neurofisiológica dos tratos corticoespinais, incluindo a estimulação cortical e subcortical. A exérese macroscópica foi considerada total. Não houve surgimento de nenhum déficit. A RM realizada no segundo dia pós-operatório revelou imagem compatível com resíduo no aspecto anterior e lateral da cavidade cirúrgica. O paciente foi reoperado no quarto dia pós-operatório. A RM demonstrou remoção total. Não houve complicações. Caso 2. CZL, sexo feminino, 36 anos, hígida, cuja RM, para investigação de cefaleia e com exame físico normal, mostrou uma lesão intracerebral compatível com glioma difuso de baixo grau no lobo frontal esquerdo muito próximo ao aspecto opercular do giro frontal inferior. Foi proposto tratamento cirúrgico, o qual se executou com monitorização neurofisiológica e com paciente acordada. Obteve-se marcante disfasia de expressão à estimulação cortical posteriormente ao tumor. A ressecção macroscópica foi considerada total. Não houve complicações. A RM no mesmo dia da operação mostrou uma pequena imagem sugestiva de resíduo anterior e medialmente à cavidade cirúrgica. A paciente foi reoperada no terceiro dia pós-operatório e a RM no dia seguinte não exibiu resíduo. Não houve aparecimento de déficits.
Conclusões: Seguindo as atuais recomendações da literatura científica, optou-se pela máxima ressecção possível nos dois casos, utilizando o arsenal de monitorização disponível, o que incluiu a reabordagem precoce conforme os achados da RM pós-operatória.