CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672864
E-Poster – Oncology
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Correlação entre extubação precoce e tempo de permanência hospitalar em pacientes operados devido a tumor cerebral

Luiz Anderson Bevilaqua Bandeira
1   Instituto Dr. José Frota
2   Hospital Geral de Fortaleza
,
Rafael Costa Lima Maia
1   Instituto Dr. José Frota
2   Hospital Geral de Fortaleza
,
Osvaldo Pereira da Costa Sobrinho
1   Instituto Dr. José Frota
2   Hospital Geral de Fortaleza
,
Lucas Alverne Freitas de Albuquerque
1   Instituto Dr. José Frota
2   Hospital Geral de Fortaleza
,
Stelio da Conceição Araújo Filho
1   Instituto Dr. José Frota
2   Hospital Geral de Fortaleza
,
Edson Lopes Junior
1   Instituto Dr. José Frota
2   Hospital Geral de Fortaleza
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: A extubação é um momento decisivo e crítico no manejo pós-operatório de pacientes submetidos à neurocirurgia. As repercussões da doença neoplásica do cérebro, porte cirúrgico, necessidade de uso de analgésicos, hipotermia e instabilidades inerentes à ressecção completa ou parcial de tumores são fatores que devem ser considerados para a decisão de desmame ventilatório. Em casos selecionados, este processo promove a diminuição de custos hospitalares, tempo de internação e complicações, sem diminuir a qualidade assistencial, sendo conhecido como manejo fast track.

Objetivo: Analisar a correlação entre tempo de permanência hospitalar e extubação precoce de pacientes submetidos à cirurgia para ressecção de neoplasias intracranianas realizadas em hospital terciário.

Método: Análise retrospectiva de 627 casos submetidos à neurocirurgia devido a tumor cerebral, no período de primeiro de janeiro de 2014 e 31 de dezembro de 2016. Foram analisados tempo de pré-operatório no hospital; se foi extubado precocemente; tipo de procedimento; tempo de duração da cirurgia. Os dados foram analisados através do teste Mann-Whitney e pelo teste de Kruskal-Wallis. O teste de correlação de Spearman foi utilizado para a obtenção dos valores de r e r-square. O nível de significância estatística utilizado foi de p < 0,05.

Resultado: Foram submetidos à extubação precoce (na sala de cirurgia ou imediatamente após admissão na UTI) 395 pacientes (62,9%). Nos 594 pacientes que foram de alta da UTI, a quantidade de dias de permanência nessa unidade variou de zero a 50 dias, com média de 4,5 dias, mediana de 3, e DP = 6,2 dias. Não ter sido submetido a extubação precoce foi associado à ocorrência de infecção (p = 0,000; OR = 2,635; IC = 1,852 a 3,749), necessidade de cirurgia de urgência (p = 0,013; OR = 1,804; IC = 1,133 a 2,872), maior tempo cirúrgico, e mais dias na UTI e de internamento. Ter sido extubado precocemente, por sua vez, foi associado a menor chance de óbito (p = 0,000; OR = 4,902; IC = 2,757 a 8,717).

Conclusão: No presente estudo, há correlação significativa entre a extubação precoce e o menor tempo de internamento, bem como de complicações pós-operatórias, mostrando assim o benefício deste procedimento quando individualizadas as condições.