CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672863
E-Poster – Oncology
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Avaliação do resultado cirúrgico isolado e associado ao Octreotide em pacientes portadores de acromegalia

Alexandre Varella Giannetti
1   Universidade Federal de Minas Gerais
,
Juliana Toledo Mesquita
1   Universidade Federal de Minas Gerais
,
Thamires Marx da Silva Santos
1   Universidade Federal de Minas Gerais
,
Leandro Custódio do Amaral
1   Universidade Federal de Minas Gerais
,
Antônio Ribeiro Oliveira Júnior
1   Universidade Federal de Minas Gerais
,
Camila Carvalhais Costa
1   Universidade Federal de Minas Gerais
,
Ludvick Álvares da Silva
1   Universidade Federal de Minas Gerais
› Author Affiliations
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Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: A acromegalia é uma doença provocada por um adenoma hipofisário produtor de hormônio do crescimento (GH) e secundariamente de IGF1. Estudos prévios demonstram que níveis elevados destes hormônios acarretam menor sobrevida. Deste modo, o tratamento desta condição e o retorno dos níveis hormonais ao normal são necessários. Na atualidade, o tratamento é desafiador, consistindo de opção cirúrgica, medicamentosa e/ou radioterápica.

Objetivo: Este trabalho teve como objetivo avaliar o resultado do tratamento cirúrgico isolado e associado ao Octreotide em pacientes portadores de acromegalia.

Método: De maneira retrospectiva, foram revistos os prontuários de 41 pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico de adenomas hipofisários produtores de GH. Do ponto de vista da imagem na ressonância magnética os tumores foram divididos em três grupos: 1) menores que 1 cm (microadenomas); 2) entre 1 e 2 cm de diâmetro; 3) maiores que 2 cm. A invasão do seio cavernoso foi igualmente avaliada segundo a imagem e descrição cirúrgica. O critério de remissão foi o retorno do IGF1 ao nível normal para a idade. Aqueles pacientes que não obtiveram a remissão 6 meses após a cirurgia foram tratados secundariamente com Octreotide nas doses de 10 a 40 mg/mês até obtenção da remissão e eventualmente com radioterapia.

Resultados: Segundo o diâmetro, os pacientes foram divididos em: grupo 1: 12 casos (29%), grupo 2: 15 casos (37%) e grupo 3: 14 casos (34%). A invasão do seio cavernoso esteve presente em 39% dos casos sendo em 8%, 20% e 86% dos pacientes dos grupos 1, 2 e 3 respectivamente. O tratamento cirúrgico isoladamente permitiu a remissão em 53% dos casos, sendo subdividida em 80%, 58% e 20% em cada grupo separadamente. Após a associação do Octreotide e/ou radioterapia, a taxa de remissão subiu para 75%, sendo 80%, 83% e 60% nos grupos 1, 2 e 3 respectivamente. Na avaliação dos casos com invasão do seio cavernoso independente do grupo a taxa de remissão sem invasão e cirurgia isoladamente foi de 78% subindo para 82% com a terapia complementar. Nos casos com invasão do seio cavernoso, a cirurgia levou à remissão em 10%, elevando-se para 60% após o uso do Octreotide e/ou radioterapia.

Conclusão: O tratamento cirúrgico da acromegalia pode levar ao controle satisfatório da doença em metade dos casos, mas o tratamento complementar com Octreotide pode elevar o sucesso a 75%. Este último apresentou participação mais expressiva nos casos onde há invasão do seio cavernoso.